A descoberta do fóssil de um roedor de 160 milhões de anos na China,
anunciada nesta quinta-feira (15) na revista norte-americana Science, contribui para explicar como os pequenos mamíferos pré-históricos se desenvolveram na era dos dinossauros.
O esqueleto quase completo com cerca de 17 centímetros de comprimento
corresponde ao mais antigo dos mamíferos multituberculados, pequenos
roedores que desapareceram há mais de 60 milhões de anos.
Pertenceu a
uma nova espécie, denominada Rugosodon eurasiaticus, dotada de tornozelos flexíveis para escalar árvores e dentes afiados capazes de morder tanto plantas quanto animais.
Essas adaptações ajudaram estes roedores ancestrais, similares a ratos,
a se situar entre os mamíferos mais longevos da História, segundo o
estudo realizado por Chong-Xi Yuan, da Academia Chinesa de Ciências
Geológicas, em Pequim.
Originários do período Jurássico, eles viveram cerca de 100 milhões de
anos, na era dos dinossauros, antes de os roedores modernos os
sucederem.
Suas habilidades também permitiram que evoluíssem e se diversificassem
em uma série de mamíferos escaladores de árvores e comedores de plantas
que os sucederam, explicaram cientistas da China e dos Estados Unidos.
"Alguns podiam saltar, outros podiam cavar, outros subiam em árvores e
muitos outros viveram no subterrâneo", afirmou o co-autor da pesquisa,
Zhe-Xi Luo, da Universidade de Chicago.
"Os multituberculados escaladores de árvores e os multituberculados
saltadores tinham os ossos dos tornozelos mais interessantes, capazes de
uma 'hiper-rotação reversa' das patas posteriores", emendou, o que
significa que as articulações dos tornozelos giravam sobre si próprias.
O último fóssil foi encontrado na Formação Jurássica Tiaojishan, no Leste da China.
Seu nome vem dos termos latinos rugosus, de rugas, e odon, de dente, por causa da sua acidentada superfície molar, e eurasiaticus, pelo vasto território que ocupava.
Luo disse que o fóssil é semelhante àqueles encontrados em Portugal, o que sugere que seus parentes eram encontrados amplamente em todo o continente Eurasiático. Acreditava-se que a criatura tivesse massa corporal entre 65 e 80 gramas.
Os cientistas disseram que as adaptações dentárias e no tornozelo
provavelmente evoluíram muito precocemente na existência das criaturas,
ajudando-as a se tornar tão longevo como grupo.
Fonte: UOL
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