sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Descobertas ruínas de porto agitado nas Pirâmides de Gizé










Ruínas de um movimentado porto e aquartelamento para marinheiros ou tropas militares foram descobertas perto das Pirâmides de Gizé.


Eles estavam ativos enquanto as pirâmides estavam sendo construídas, há cerca de 4.500 anos. Os arqueólogos têm vindo a escavar uma cidade perto das Pirâmides de Gizé, que data do reinado do faraó Miquerinos, que construiu a última pirâmide de Gizé.


Também perto das pirâmides foi escavada uma cidade situada perto de um monumento dedicado à Rainha Khentkawes, possivelmente uma filha de Miquerinos. Os aquartelamentos estão localizados na cidade, enquanto uma bacia recém-descoberta, que pode ser parte de um porto, está localizada junto à cidade Khentkawes.


Várias descobertas na cidade e Khentkawes sugerem que Gizé era um próspero porto, disse o arqueólogo Mark Lehner. Por exemplo, a equipe de Lehner descobriu uma bacia ao lado da cidade de Khentkawes. Esta bacia pode ser "uma extensão de um porto ou cais", disse Lehner num simpósio recente realizado pela Sociedade para o Estudo das Antiguidades Egípcias.


Lehner disse que a sua equipe também encontrou em Gizé restos de carvão de cedro, zimbro, pinheiro e carvalho, tudo árvores que cresceram numa parte do Mediterrâneo oriental chamado Levante, juntamente com mais de 50 exemplos de frascos num estilo de cerâmica dessa região.


Além disso, grandes quantidades de granito de Assuan, localizado na fronteira sul do Egito antigo, há muito tempo é conhecido por ser de Gizé, e estes poderiam ter sido trazidoa pelo rio Nilo para o porto de Gizé. "Gizé foi a porta central de três gerações, Khufu, Khafre, Menkaure", disse Lehner, na sua apresentação, referindo-se aos três faraós que construíram as pirâmides de Gizé.


Onde há um porto há marinheiros. Na cidade, os arqueólogos encontraram evidências de uma série de edifícios longos chamados de "galerias" onde ficavam tropas que poderiam ter participado em viagens para o Levante e, possivelmente, guardavam os VIPs de Gizé.


Os arqueólogos anteriormente assumiam que galerias dessas albergavam trabalhadores das pirâmides, algo que recentes descobertas põem em causa. Um faraó chamado Sahure tinha imagens no seu templo do vale (parte do seu complexo de pirâmide) de tropas num navio de estado perto do rei.


As suspeitas de Lehner de que as galerias foram feitas para as tropas foram reforçadas em 2012, quando os arqueólogos descobriram um quadril de hipopótamo quebrado. No antigo Egito, os hipopótamos eram considerados incômodos, já que os animais comiam plantas à noite. "Os jovens soldados saiam e caçavam-nos", disse Lehner.



Na verdade, há um ritual em que um hipopótamo capturado e preso é morto. Este ritual poderia ter ocorrido em Gizé num lugar público, como o porto, sendo a carne do hipopótamo (aparentemente muito saborosa) consumida posteriormente pelas tropas nas galerias.


Estas recentes descobertas em Gizé deixam um mistério: Onde estão as habitações dos construtores das pirâmides, os trabalhadores regulares? A resposta pode estar nas próprias pirâmides. Provavelmente os trabalhadores viviam na própria pirâmide à medida que a construíam, acredita Lehner.


De igual forma, poderiam também ter vivido nas pedreiras em habitações simples, acrescenta o arqueólogo. Ainda assim, os restos mortais desses trabalhadores podem ser encontrados em lixões antigos perto das pirâmides.




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