Segundo delegada, suspeitos pela morte beberam o sangue da vítima de 17 anos.
A delegada Cristiana Angelini, da delegacia de
Homicídios de Venda Nova, na região norte de Belo Horizonte, comentou
nesta segunda-feira as circunstâncias da morte de uma adolescente de 17
anos no último dia 31 de outubro, dia das Bruxas nos Estados Unidos, mas
que também é lembrado em alguns eventos no Brasil.
Segundo a delegada, Camilla Souza foi morta em um ritual
de magia negra por três homens que segundo a policial, não concordaram
com o fato da jovem "arrancar do pescoço uma guia (colar) que ela havia
recebido durante o ritual de candomblé", explicou.
Os suspeitos, Raony
Dias Miranda, Kliver Marlei Alves dos Santos e Warley dos Reis Valentin
da Silva, foram presos na sexta-feira e apresentados à imprensa na manhã
desta segunda-feira no Departamento de Investigação de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP) de BH.
"Os três estavam com a vítima nesse ritual na casa de
familiares do Raony e ela foi escolhida para receber esse colar. Só que
ela não aceitou e arrancou a guia do pescoço. Isso significou para eles
um rompimento do pacto com a entidade e por isso eles decidiram
sacrificá-la. O Warley foi quem a segurou pelo pescoço com uma gravata
enquanto o Kliver e o Raony a esfaquearam no pescoço. Eles deixaram a
cabeça apenas sustentada pela coluna e em seguida beberam o sangue para
fechar o corpo, para se protegerem e para ficar com o espírito mais
forte," explicou a delegada.
Os suspeitos foram descobertos a partir de depoimentos
de testemunhas que ouviram os gritos da jovem no momento em que ela era
assassinada: "Como a gritaria chamou a atenção, eles ligaram um som no
volume máximo para abafar. Depois arrastaram o corpo do segundo andar do
imóvel até a rua, onde o abandonaram. A perícia verificou que no local
havia pouco sangue, e depois que entraram na casa puderam atestar que o
crime foi cometido dentro do imóvel," continuou a delegada.
"A gente acredita que foi um crime premeditado porque
familiares da vítima disseram que uma semana antes alguém ligou para a
casa dela e disse que era o Lúcifer, o Satanás, e que algo ruim
aconteceria com a família. Uma semana após a morte dela, o Raony, que é
pai de santo, foi visto com uma mulher, os dois vestidos de branco,
jogando farofa na casa da Camilla, como que num ritual para agradecer
pelo sacrifício," explicou.
Os suspeitos confirmaram os rituais na casa, mas negaram
o crime e durante a apresentação à imprensa, debocharam dos jornalistas
e dos investigadores. Sorrindo, Raony chegou a dizer que em breve
estará solto, mostrando despreocupação: "Devo, vou cumprir (a pena) e
rapidinho tô na rua", disse.
O amigo dele, Kliver, revelou que
frequentava a casa da família de Raony para acompanhar "os trabalhos
para Exú", mas disse que não participou da morte da jovem. Com um
sorriso irônico, por pelo menos duas vezes fechou um gesto de tchau para
as câmeras.
Raony Dias Miranda, Kliver Marlei Alves dos Santos e
Warley dos Reis Valentin da Silva foram indiciados por homicídio
triplamente qualificado: "Pelo meio cruel que empregaram no crime, por
terem impossibilitado a defesa da vítima e pelo motivo torpe", concluiu
Cristiana.
Fonte: Terra
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