Zogue-zogue-rabo-de-fogo
"Mico rondoni"
O Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), uma das principais
instituições de estudos sobre a Amazônia, anunciou nesta quarta-feira
que seus cientistas descobriram nos últimos quatro anos um total de 169
espécies da flora e da fauna na maior floresta tropical do mundo.
São 14 novas espécies de plantas e 155 de animais, a maioria
aracnídeos, informou em comunicado a instituição, vinculada ao
Ministério de Ciência e Tecnologia.
Das novas espécies de fauna descobertas e descritas, 112 são de
aracnídeos, 12 de peixes, dez de aves, dez de anfíbios, seis de répteis,
quatro de dípteros (grupo dos mosquitos e moscas) e somente uma espécie
de mamífero. Já as da flora, foram encontradas 13 espécies de
angiospermas e uma de briofita.
O único mamífero na lista é o "Mico rondoni", um pequeno macaco
batizado assim por ser encontrado apenas em Rondônia e por habitar uma
região entre os Rios Mamoré, Madeira e Ji-Paraná.
De acordo com o museu, esta espécie, já ameaçada pelo avanço do
desmatamento em seu habitat, foi confundida por muitos anos com a do
"Mico emiliae", típico do Pará. Contudo, estudos mais detalhados,
especialmente de morfologia e crânio, chegaram a conclusão que são
diferentes.
Segundo o MPEG, o expressivo número de invertebrados na lista de
novas descobertas não é surpresa, já que eles aparecem em maior
quantidade na natureza.
A quantidade de espécies descobertas nos últimos quatro anos é
significativa se for levado em consideração o Catálogo Espécies do
Milênio, publicado em 2012. Nele, a instituição descreveu 130 novos
espécies (49 de flora e 81 de fauna) descobertas em 11 anos de pesquisa
(2000-2011).
O forte aumento das descobertas foi favorecido pela participação dos
pesquisadores do museu no inventário da Biodiversidade Planetária, desde
2007. A iniciativa reúne cientistas de 20 instituições do mundo todo, e
permite a descrição de novas espécies em uma plataforma online.
"Com as ferramentas cibernéticas é possível fazer descrições
estruturadas, que podem ser comparadas com as dos outros colegas, o que
facilita e acelera a descoberta de novidades", afirmou o zoólogo
Alexandre Bonaldo, pesquisador da instituição.
Para o especialista em mastozoologia, José de Sousa e Silva Jr., que
também participou do trabalho de identificação do novo macaco, o museu
pode anunciar nos próximos meses a descoberta de outras espécies, já que
analisa vários exemplares resgatados da região amazônica inundada pelo
lago da Usina Hidrelétrica de Samuel.
Segundo ele, algumas novas espécies de mamíferos, a maioria primatas,
estão em fase de final de investigação, como, por exemplo, o macaco
zogue-zogue-rabo-de-fogo.
Os cientistas do MPEG afirmaram que a diversidade biológica da
Amazônia pode ser maior do que se imagina devido ao fato de vários
grupos da mesma família se desenvolveram como espécies diferentes ao
ficar separadas em margens opostas de grandes rios, um fenômeno visto
somente nesta região.
Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário