sexta-feira, 30 de maio de 2014

De onde vêm os estigmas?


Ferimentos sangrentos nas palmas das mãos, nos pulsos e nos pés, como se neles tivessem sido pregados pregos. 
Manchas sangrentas nas costas, como se fossem marcas de espancamento, arranhões na testa, como se o seu detentor tivesse usado uma coroa de espinhos. 
Hadises muçulmanos, gravados na pele de um bebê ou cruzes surgidas no corpo de mulher adulta. De onde surgem esses sinais misteriosos? Ou são falsificações geniais?


A história do estigmatismo tem muitos séculos. E todo este tempo provoca inúmeras discussões, tanto na própria igreja, como entre pessoas comuns. O que são os estigmas? Pode-se considerar sinais divinos ou, na realidade, são deformações que os crentes fazem em si próprios? Tentemos entender.


Os estigmas são ferimentos abertos no corpo das pessoas, semelhantes aos ferimentos de Cristo. Via de regra eles surgem em forma de marcas sangrentas nas palmas das mãos ou pulso e pés, bem como nos locais onde foram cravados pregos, que seguravam o corpo de Jesus na cruz. Mas também se pode considerar estigmas outros sinais de caráter religioso que surgem nas pessoas.


Por exemplo, em 2009, na pele de um bebê de 9 meses, Ali Yakubov, surgiram hadises (tradições sobre as palavras e ações do profeta Maomé, altamente veneradas pelos muçulmanos, ao lado do Alcorão). 
Eles causaram um verdadeiro alvoroço e transformaram o bebê em verdadeiro símbolo da fé e esperanças entre muitos muçulmanos. 
A história do incrível bebê do povoado daquestanês de Krasnooktyabrsk imediatamente se espalhou por toda a Rússia. 
A mãe de Ali Yakubov, Madina, contou que os hadises apareciam na pele do filho como inscrições vermelhas vivas à noite. Ao mesmo tempo subia a temperatura do bebê e ele chorava. As inscrições ficavam na pele um par de dias e depois desapareciam.


À casa dos Yakubov não paravam de chegar pessoas, em busca da bênção do bebê-prodígio. Com as doações coletadas, a família construiu uma nova casa. 
Entretanto, depois de artigos denunciadores, que qualificavam os Yakubov de vigaristas que apenas queriam melhorar sua situação material à custa do próprio filho e exortavam a mostrar Ali a especialistas, a família cessou qualquer comunicação com a imprensa e o mundo exterior e passou a viver isolada. 
Os médicos consideram que os “estigmas” foram obtidos não misticamente mas sim através da ação química ou mecânica sobre a pele da criança. Ludmila Luss, especialista do Instituto de Tecnologia da Agência Médico-Biológica Federal da Rússia, concorda com a opinião dos colegas:


“Do ponto de vista médico isto não pode ocorrer. Isto não tem quaisquer fundamentos científicos. O mais provável é que as vermelhidões surjam em consequência de substâncias irritantes, que aumentam a permeabilidade e dilatam os vasos, tais como, por exemplo, pimenta, sal, ou remédios.”


É interessante o fato de os estigmas surgirem no fundamental em pessoas profundamente crentes. Porém é mais curioso ainda o fato de que eles nunca surgem em pessoas de “outra religião”. 
O que se tem em vista? Em toda a história do estudo dos estigmas, os “ferimentos sangrentos de Cristo” nunca apareceram no corpo de muçulmanos ou budistas. Ou, por exemplo, de representantes de tribos africanas ou das ilhas da Oceania, que creem em seus deuses. 
O mesmo se pode dizer também sobre os “estigmas muçulmanos”, que mostram mensagens do Alcorão, no corpo de cristãos ou hindus. Tais casos também, não foram registrados.


Será que para que os ferimentos religiosos e símbolos apareçam na pele é necessário crer que isto é possível, em parte desejar isto e estar pronto para aceitar justamente este Deus concreto? Ou aqui não há qualquer providência divina e os “eleitos” são os que se tornam assim?

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