As borboletas-monarca norte-americanas usam o sol e o campo
magnético da Terra como ferramentas de navegação para sua famosa
migração de longa distância, afirmaram cientistas na terça-feira
(23).
Batendo suas delicadas asas alaranjadas e pretas, o inseto
viaja por milhares de quilômetros todos os anos dos Estados Unidos e do
sul do Canadá até as montanhas Michoacán, no centro do México, onde
passam o inverno.
As borboletas, cujo nome científico é Danaus plexippus, são conhecidas por usar um tipo de bússola solar no cérebro.
No entanto, curiosamente, elas também são capazes de migrar quando o
céu está nublado, o que sugeria uma co-dependência em uma bússola
magnética.
Agora, biólogos de Massachusetts dizem ter encontrado
evidências disto, o que torna a borboleta o primeiro inseto migratório
de longa distância a usar a navegação magnética.
Os cientistas
colocaram as monarcas em um simulador de voo, que cercaram com
diferentes campos magnéticos artificiais para testar o senso de direção
dos insetos.
A maioria se orientou na direção do equador no
teste inicial, mas se voltou para o norte quando o ângulo de inclinação
do campo magnético foi revertido. A bússola funcionou apenas na presença
de luz na extremidade superior do espectro luminoso visível.
De
acordo com os pesquisadores, as antenas das borboletas pareciam conter
sensores magnéticos sensíveis à luz para fazer todo o trabalho.
A pesquisa, publicada na revista Nature Communications,
inclui a monarca a uma lista crescente de aves, répteis, anfíbios,
tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, que se acredita que
usem o campo magnético para navegação.
"Nosso estudo revela outro aspecto fascinante do comportamento migratório da borboleta monarca", afirmaram os autores.
"O maior conhecimento dos mecanismos subjacentes à queda da migração
pode ajudar em sua preservação, atualmente ameaçada pelas mudanças
climáticas e pela perda contínua das plantas da família das asclépias e
dos hábitats de hibernação", revelaram os autores.
Outra
vulnerabilidade a considerar é a potencial interrupção da bússola
magnética nas monarcas pelo ruído eletromagnético induzido pelo homem, o
que pode, aparentemente afetar a orientação geomagnética de uma ave
migratória.
Fonte: UOL
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