terça-feira, 22 de julho de 2014

Povo indígena desconhecido faz primeiro contato com a Funai no Acre


Roça de índios isolados do Alto Rio Envira é vista do alto em foto da Funai


Um povo indígena desconhecido que vive isolado na floresta amazônica estabeleceu recentemente o primeiro contato com índios da etnia Ashaninka e com servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) no Alto Rio Envira, na fronteira do Acre com o Peru.


Segundo a Funai, o contato do povo indígena isolado aconteceu de forma pacífica em 29 de junho, na aldeia Simpatia. A tribo fica na terra indígena Kampa (Ashaninka) e Isolados do Alto Envira, onde vivem pelo menos 70 índios, sendo a maioria mulheres e crianças, em uma área de 232.795 hectares. A Funai não publicou fotos do encontro.


Dias antes, os índios desconhecidos assustaram mulheres e crianças Ashaninka quando apareceram nas malocas pegando panelas e facões.


O clima ficou tenso entre índios desconhecidos e os ashaninka, o que levou o governo do Acre a realizar uma operação de segurança com apoio do Exército e da Polícia Federal na fronteira.





Em nota divulgada em 17 de junho, o governo do Acre informou que a chamada Operação Simpatia consistia em averiguar as ameaças que a comunidade ashaninka recebia dos "índios isolados" e classificou os desconhecidos como "saqueadores".


Diante da aproximação dos índios isolados na aldeia Simpatia, o coordenador-geral de Índios Isolados da Funai, Carlos Travassos, viajou para região para acompanhar o trabalho da equipe da Frente de Proteção Etnoambiental Envira e do sertanista José Carlos Meirelles, da assessoria indígena do governo do Estado do Acre.


A FPE Envira vinha acompanhando a aproximação dos índios isolados desde o dia 13 de junho. A permanência do grupo isolado na região ocorre de forma pacífica. A equipe no local busca informações por meio de interpretes para que haja maior conhecimento deste grupo indígena.


Segundo a Funai, a equipe recebe apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Juruá, da Secretaria Especial de Saúde Indígena, para desenvolver um plano de contingência para situações de contato e evitar que os dois povos indígenas contraiam doenças.


O futuro dos indígenas depois desse contato preocupa antropólogos, que veem a vulnerabilidade dessa população em relação a doenças como a influenza, segundo artigo da revista Science sobre o assunto.


A Politica de Proteção aos Índios Isolados da Funai tem a premissa do não contato, respeitando a autodeterminação dos povos e realizando o trabalho de proteção territorial com a presença destes. No entanto, são previstas ações de intervenção – planos de contingência – quando o grupo indígena isolado procura estabelecê-lo.



Fonte: UOL

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