segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Missão da Nasa para buscar vida em lua de Júpiter ganha impulso


Ilustração mostra o cenceito da missão Europa Clipper, que estudaria a lua de Júpiter para saber se ela poderia ser habitada por formas de vida - Nasa


Orçamento da agência para desenvolvimento de projetos destinados a Europa foi reforçado pelo Congresso dos EUA no apagar das luzes de 2014.
 
 
A gelada Europa, uma das luas de Júpiter, é considerada pelos cientistas um dos locais mais promissores para procurar por vida extraterrestre em nosso próprio Sistema Solar e uma futura missão da Nasa com este objetivo acaba de ganhar um impulso inesperado. 
 
 
Em decisão tomada no apagar das luzes de 2014, antes de sair para o recesso de fim de ano, o Congresso dos EUA determinou um pequeno aumento no orçamento de pouco menos de US$ 17,5 bilhões para a agência espacial americana originalmente pedido pelo presidente Barack Obama para o ano fiscal de 2015, que começou em outubro e termina em setembro do ano que vem. 
 
 
Com isso, a Nasa terá à sua disposição US$ 18 bilhões, dos quais US$ 118 milhões deverão ser destinados para projetos que tenham como objetivo estudar Europa.
 
 Com pouco mais de 3 mil quilômetros de diâmetro, Europa é coberta por uma grossa camada de gelo sob a qual estaria escondido um imenso oceano de água em estado líquido, condição considerada essencial para o desenvolvimento da vida como conhecemos.


Observações feitas pelas sondas Galileo e Cassini, assim como pelo telescópio espacial Hubble, detectaram jatos de vapor sendo expelidos através de fissuras na crosta de gelo à semelhança do que acontece em Encélado, uma das luas de Saturno e outro local promissor na busca por vida extraterrestre no Sistema Solar.


Este tipo de fenômeno abre caminho para troca a de nutrientes, material e energia entre o oceano subglacial e a superfície e aumentaria as chances para o desenvolvimento e sobrevivência de formas de vida em ambas luas.


Inicialmente, Obama tinha pedido apenas US$ 15 milhões para as pesquisas em torno de uma possível missão a Europa, que ainda nem existe oficialmente no âmbito da própria Nasa. No orçamento anterior, a agência espacial recebeu US$ 85 milhões para começar o desenvolvimento dos projetos.


Entre as opções atualmente em estudo estão a missão Europa Clipper, uma sonda que faria um reconhecimento detalhado da lua e poderia levar a bordo, por exemplo, instrumentos como um radar capaz de penetrar sua crosta de gelo e calcular sua grossura e espectrômetros para analisar os materiais presentes na sua superfície e atmosfera e procurar por compostos orgânicos, ou mesmo um novo conceito para este tipo de missão que envolve o envio de um enxame de pequenos satélites, os chamados CubeSats, para fazer as obervações.


- A Nasa seria louca de não usar estes recursos para dar início a uma missão real (a Europa) – comentou Casey Dreier, diretor da Planetary Society, em análise do orçamento passado pelo Congresso americano publicado no site da organização.
 
 
 
 
Fonte: O Globo

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