O gás metano na Terra tem fortes conexões com a vida; achado foi mais um indício de que Marte já teve condições de abrigar a vida microbiana.
A presença de metano na atmosfera de Marte e de
elementos químicos orgânicos no solo do planeta vermelho são as mais
recentes e provocantes descobertas do veículo explorador Curiosity, da
Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), na busca de pistas sobre a
possibilidade de vida extraterrestre, declararam cientistas na
terça-feira.
Os cientistas da Nasa disseram que o Curiosity captou
irrupções esporádicas de metano, um gás que na Terra tem fortes conexões
com a vida, na atmosfera ao redor de seu local de pouso, na cratera
Gale.
O veículo também encontrou elementos químicos orgânicos
no solo marciano, declararam os cientistas em uma entrevista coletiva
transmitida pela Internet no Sindicato Americano de Geofísica em San
Francisco.
O Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na
Califórnia, emitiu um comunicado à imprensa dizendo que o veículo-robô
mediu “um pico dez vezes maior” de metano na atmosfera ao seu redor e
que detectou outras moléculas orgânicas em uma amostra coletada por uma
furadeira robótica.
"Há muitas fontes possíveis, biológicas e não
biológicas, como a interação entre água e rocha", afirmou Sushil Atreya,
membro da equipe de ciência do Curiosity e da Universidade do Michigan
na cidade de Ann Arbor, no informe à imprensa.
As últimas descobertas combinam mais de dois anos de
dados coletados pelo robô desde seu pouso dentro da cratera Gale em
agosto de 2012.
Na semana passada, os cientistas disseram ter
determinado que bilhões de anos atrás um lago preenchia a cratera de 154
quilômetros de largura sendo explorada pelo Curiosity. Este achado foi
mais um indício de que Marte, o planeta mais parecido com a Terra no
sistema solar, já teve condições de abrigar a vida microbiana.
Pouco depois de pousar, o Curiosity descobriu que Marte já teve os
ingredientes químicos e as condições ambientais necessárias para
sustentar a vida microbiana, cumprindo o objetivo primordial de sua
missão.
O veículo, que percorreu cerca de 8 quilômetros desde
seu pouso, tem explorado uma área conhecida como Monte Sharp, onde foram
encontradas rochas contendo sedimentos depositados pela água, para
saber se existiram ambientes acolhedores à vida durante tempo suficiente
para que ela evoluísse.
“Continuaremos a trabalhar nos quebra-cabeças que estas
descobertas apresentam”, declarou John Grotzinger, cientista do projeto
Curiosity do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.
O cientista participante Roger Summons, do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), disse: “O desafio
agora é encontrar outras rochas no Monte Sharp que possam ter
inventários diferentes e mais amplos de compostos orgânicos”.
Fonte: Terra
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