quinta-feira, 26 de março de 2015

Estudo indica forte presença de genes bascos e iorubás em genoma sul-americano

A diversidade genética dos ancestrais na América do Sul e do Norte foi mapeada por pesquisadores da Universidade de Oxford em um estudo detalhado sem precedentes. O estudo comparou os genes dos africanos e dos europeus de hoje com mais de 4.000 amostras de DNA. A conclusão é que há grande representatividade de genes de povos como os iorubás da Nigéria e os bascos, no genoma da população atual da América do Sul
 

 
Um estudo divulgado na terça-feira (24) revela a forte presença de genes de alguns povos africanos e europeus, como os iorubás da Nigéria e os bascos, no genoma da população atual da América do Sul.


Cristian Capelli, da Universidade de Oxford, e seus colegas usaram dados genéticos de mais de 4.000 americanos, europeus e africanos para determinar a contribuição dessas populações ancestrais diferentes na população atual das Américas do Norte e do Sul.


Para os nove países hispânicos da América do Sul, a maior contribuição europeia vem da Espanha, de acordo com o estudo. Mas os pesquisadores afirmam ter descoberto "pela primeira vez" a assinatura genética de ancestrais bascos em cinco de cada seis sul-americanos.


Entre os imigrantes espanhóis do século XVI e XVII estavam muitos bascos, especialmente no México, em Cuba, no Chile, no Peru e na Colômbia, observa a pesquisa, publicada na revista Nature Communications.


O estudo também mostra que os iorubás da África Ocidental são os "maiores contribuintes" genéticos africanos para toda a população das Américas, já que esta região foi a mais afetada pelo comércio de escravos.


Outros povos, como os Mandingos (Senegal e Gâmbia) e os Bantos (África do Sul e África Oriental) também foram identificados no DNA do povo americano.


Entre os outros grupos europeus detectados, os pesquisadores descobriram uma contribuição significativa de pessoas do sul da Itália e da Sicília. Eles também encontraram uma forte contribuição de antepassados franceses entre um grupo de afro-americanos, "refletindo a imigração francesa colonial no sul dos Estados Unidos durante o período colonial".


Os pesquisadores também mostraram que as populações do Caribe tinham maior componente africano do que os povos da América do Sul, refletindo o maior número de escravos que chegaram a estas ilhas.


"Conhecer os rastros deixados pelos antepassados no DNA da população americana de hoje é essencial para levar em conta o desenvolvimento de doenças e de medicamentos para combatê-las", explicou Cristian Capelli à AFP.





Fonte: BOL

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