Representação hipotética do Machimosaurus Rex - Imagem: Davide Bonadonna
Na porção do Deserto do Saara que fica na Tunísia, uma equipe de
paleontólogos italianos descobriu em dezembro de 2014 um fóssil da maior
espécie de crocodilo de água salgada já encontrada até hoje, que foi
batizada de Machimosaurus Rex.
O animal era tão grande que
deveria pesar por volta de 3 toneladas, media mais de 9 metros de
extensão, e só a sua cabeça tinha 1,5 metro de comprimento.
A descoberta, publicada recentemente na revista científica Cretaceous
Research, foi feita pelo time liderado por Federico Fanti, pesquisador
da Universidade de Bolonha, graças ao apoio do Comitê de Exploração e
Pesquisa da National Geographic Society.
O fóssil, que media quase o
tamanho de um ônibus, estava enterrado sob poucos centímetros de areia
do deserto, e, além dele, foram encontrados restos de outras criaturas
da mesma época, como tartarugas e peixes, que provavelmente serviam de
alimento para o animal colossal.
O local do achado, que um dia já foi um lago com acesso ao oceano, permitia que o M. Rex
caçasse tanto dentro da água quanto em seus arredores, onde ele
provavelmente pegava de surpresa animais que vinham parar perto das
margens.
Comparada com as espécies que existem hoje, a proporção dos
dentes em relação à cabeça desse animal pré-histórico indica que ele
possuía uma mordida extremamente poderosa e provavelmente estava no topo
da cadeia alimentar daquela região.
A escavação para retirar apenas os sedimentos que cobriam a cabeça do M. Rex levou dois dias.
Mas essa descoberta é maior do que simplesmente o achado de uma espécie
nova, uma vez que a época em que esse animal viveu não bate com teorias
anteriores da paleontologia.
Acreditava-se que o grupo de crocodilos em
que o Machimosaurus se enquadra tenha sido extinto há cerca de
150 milhões de anos, mas a datação do fóssil indica que ele viveu 130
milhões de anos atrás.
Uma suposta extinção em massa entre os períodos Jurássico e Cretáceo
teria eliminado um grande número de espécies marinhas, mas o M. Rex
é prova de que esse conceito está pelo menos parcialmente errado. Para
Fanti, isso significa que os paleontólogos precisam revisar e entender
melhor o que de fato aconteceu naquela época.
Fonte: Megacurioso
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