Os tiranossauros tinham a face coberta por uma camada escamosa, similar
à dos crocodilos, sem lábios e com um focinho dotado de grande
sensibilidade tátil, segundo um grupo de cientistas que analisou a
textura e ossos faciais de uma nova espécie denominada "Daspletosaurus
hornery".
O novo membro da família dos tiranossauros viveu no final do Cretácico
(entre cem e 66 milhões de anos), foi localizado em Montana (EUA) e
media cerca de nove metros de comprimento e 2,2 metros de altura,
segundo um estudo publicado nesta quinta-feira pelo site "Scientific
Reports".
A equipe de especialistas, liderada por Thomas Carr, do departamento de
Biologia do Carthage College nos Estados Unidos, examinou a topografia
dos ossos faciais para tentar descobrir o tipo de tecido que cobria a
cabeça do Daspletsaurus.
Para isso, compararam o tecido que era produzido por esse tipo de
superfície com o de crocodilos e cinco tipos de pássaros, o que sugere
que o tiranossauro tinha a face coberta de escamas planas.
Os tiranossauros "são idênticos à espécie dos crocodilos em que os
ossos de seus focinhos e mandíbulas são rugosos, com a exceção de uma
estreita faixa de osso suave ao longo da fileira de dentes", afirma um
comunicado.
Além disso, os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência da
existência de lábios no tiranossauro, pois o tecido rugoso coberto de
escamas "se estende por toda a fila de dentes sem deixar espaço" para
eles.
No entanto, encontraram evidências de outros tipos de pele, incluídas
as áreas de osso muito grosso que suportava uma pele tipo armadura no
focinho e em ambos os lados da mandíbula inferior, que devia proteger o
animal durante a caça e a alimentação.
Tanto na família dos crocodilos como nos tiranossauros, o focinho e as
mandíbulas apresentavam vários buracos pelos quais penetrava o nervo
trigêmeo, o que dotava a pele de alta sensibilidade, semelhante a dos
dedos humanos.
Este tipo de sistema tátil facial altamente sensível poderia ter
ajudado essa família de dinossauros na captura de suas presas e em
tarefas de identificação e manipulação.
Os ossos do Daspletosaurus "são fundamentais" para estudar a evolução
dos dinossauros, explicou cientistas David Varrichio da Universidade
Estadual de Montana.
O especialista afirmou que nessa região existem espécimes de "alta
qualidade" em bom estado de conservação que "revelam detalhes de como
viveram esses gigantes carnívoros" e oferecem detalhes sobre a evolução
do grupo dos tiranossauros.
O Daspletosaurus hornery foi "o mais jovem e o último de sua estirpe",
que viveu pouco depois do Daspletosaurus torosus, encontrado em Alberta
(Canadá), e ambas as espécies tiveram uma estreita relação evolutiva, o
que sugere que ambos representam uma linhagem única, explicou Carr.
Fonte: Terra
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