sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cientistas produzem ratos por meio de células-tronco extraídas da pele

Cientistas chineses criaram ratos a partir de células da pele. Eles usaram uma técnica de indução de células-tronco que não demanda o uso de embriões

Duas equipes de cientistas chineses fizeram um grande avanço no desenvolvimento de novas formas de células-tronco que não envolvem a destruição de embriões. Os estudos foram publicados em revistas científicas na quarta-feira (22).

As células são derivadas de células comuns de pele. A pesquisa iniciou há dois anos, a partir de reprogramação genética, e foi tida como um sucesso.

Mas a questão que permanece é se elas podem agir de forma "camaleônica" como as células-tronco embrionárias --e se metamorfosearem em qualquer tipo de célula do corpo.

Pela primeira vez, os cientistas conseguiram produzir camundongos vivos a partir de células-tronco extraídas do tecido epitelial de camundongos adultos que foram, então, reprogramadas.

Enquanto houve anormalidades e mortes súbitas com a primeira geração de camundongos, os ratos sobreviventes reproduziram centenas da segunda e da terceira gerações, sem registro de anomalia entre elas.

Estudos com esse tipo de célula-tronco, chamados iPS devido à indução de células-tronco pluripotentes, foi publicado em duas revistas científicas diferentes, "Nature" e "Cell Stem Cell".

"Nós demonstramos a praticidade no uso das células iPS", disse Fanyi Zeng, diretora associada do Instituto de Genética Médica de Shangai e coautor do trabalho que teve mais sucesso --e que foi publicado na "Nature".

George Daley, do Instituto de Células-Tronco de Harvard e do Hospital Infantil de Boston, classificou o trabalho como importante porque mostra um novo tipo de técnica que satisfaz o maior critério das células-tronco --a capacidade de fazer um camundongo inteiro em laboratório.

Estes tipos de células geram menos controvérsia do que as células-tronco embrionárias, que os cientistas estudaram durante mais de uma década.

As tradicionais células-tronco envolvem a destruição de embriões --que, usualmente, são extraídos do excesso das clínicas de fertilidade.

O novo tipo de células-tronco usa um vírus para reprogramar a informação genética das células de pele. Devido ao fato de não ser possível criar uma placenta, os pesquisadores chineses combinaram novas células-tronco com células provenientes de uma placenta.

Zeng disse que todos os tipos de pesquisa com células-tronco devem prosseguir --e que a comunidade científica não deve se concentrar apenas no novo tipo.

O estudo da cientista produziu 27 novos ratos. Alguns deles, ela disse, tiveram "anormalidades", mas ela se recusou a dizer o que eram, ou o quão extensivos foram os problemas. Essa geração produziu a segunda e a terceira --centenas de camundongos sem registros de anormalidades.

A outra equipe produziu apenas quatro nascimentos; três morreram rapidamente e apenas um chegou à vida adulta normalmente.

Fonte: Folha Online

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