Trecho de um artigo de autoria do escritor, jornalista e historiador Leonardo Dantas Silva. O texto foi originalmente publicado num jornal de grande circulação do Recife em 12 de janeiro de 1975 :
"Como Londres, Paris e tantas cidades européias esta cidade de Santo Antônio do Recife tem suas assombrações, que já deram motivo para estórias as mais diversas que agora se transformam em manchetes de jornal.
O caso do fantasma da Faculdade de Direito do Recife é um a mais que se inscreve na grande lista de casos de assombrações desta cidade: Segundo alguns alunos e professores daquela casa, um tipo misterioso, que se diz chamar Santana Filho, comparece sempre às aulas daquela escola e some de maneiras as mais estranhas.
Alunos e professores chegam a afirmar estórias de vultos que perambulam pelos corredores do prédio da Faculdade de Direito, pontificam e desaparecem misteriosamente dos bebedouros e, agora, comparecem às aulas, sentando ao lado de professores e, no final, ainda estendem a mão para um aperto gélido demonstrando a sua identidade alienígena.
O fantasma da Faculdade de Direito, segundo versões de funcionários antigos, pode ser o do servente José Francisco de Souza, 'que morreu na hora do expediente há alguns anos”, não sendo tal “aparição novidade'.
O fantasma é responsável pela abertura de portas sem chaves e, por vezes, 'no local em que se encontrava aparecia muitas pontas de cigarro, porém, passado o rebuliço, quando os alunos e o professor as procuravam, o local estava completamente limpo'”.
Outro episódio inexplicável que teria acorrido no prédio da Faculdade de Direito do Recife que fica no bairro da Boa Vista, em frente ao Parque Treze de Maio.
Há alguns anos, departamentos da institução funcionavam nos porões do edifício e numa sexta-feira chuvosa, no fim da noite, um zeloso funcionário estava arrumando os papéis, adiantando o serviço da segunda seguinte.
A sala era dividida em dois ambientes, separados por uma divisória de fórmica. Dado o adiantado da hora, não havia muitas pessoas na faculdade, muito menos na parte de baixo.
O funcionário, ao entrar na sala, acendera apenas a luz do lado em que ia ficar. A única janela, quase um postigo, ficara fechada.
Ao começar a separar os memorandos, ele notou um barulho de cadeiras arrastando. O ambiente ao lado era geralmente usado como sala de reuniões, e o ruído viera, com certeza de lá. Este é um daqueles momentos em que você procura se obrigar a ser cético, lógico e incrédulo.
Tudo talvez ficasse na mesma, se as luzes não piscassem duas vezes, e novos ruídos soassem. De repente, o funcionário ouviu vozes masculinas.
Não conseguiu distinguir o que se falava, mas, arrepiado, viu três pessoas. Duas das figuras eram semelhantes: senhores magros, altos, usando ternos brancos.
O outro era um senhor gordo, que não estava totalmente visível. O funcionário reconheceu, arrepiado, dois falecidos chefes do mesmo departamento em que ele se encontrava.
Antes que seus serviços fossem solicitados, saiu às pressas da sala, só tomando o cuidado de jogar os papéis na gaveta.
Quando chegou à parte de cima do prédio, inventou uma desculpa e mandou o vigia apagar e fechar a sala. E que ele guardasse a chave na secretaria.
Recebeu um olhar irônico do vigia, olhar de quem muito tinha visto em noites e noites de trabalho e convivência tranqüila com sombras e vultos de outros tempos.
Fonte: Assomblog
"Como Londres, Paris e tantas cidades européias esta cidade de Santo Antônio do Recife tem suas assombrações, que já deram motivo para estórias as mais diversas que agora se transformam em manchetes de jornal.
O caso do fantasma da Faculdade de Direito do Recife é um a mais que se inscreve na grande lista de casos de assombrações desta cidade: Segundo alguns alunos e professores daquela casa, um tipo misterioso, que se diz chamar Santana Filho, comparece sempre às aulas daquela escola e some de maneiras as mais estranhas.
Alunos e professores chegam a afirmar estórias de vultos que perambulam pelos corredores do prédio da Faculdade de Direito, pontificam e desaparecem misteriosamente dos bebedouros e, agora, comparecem às aulas, sentando ao lado de professores e, no final, ainda estendem a mão para um aperto gélido demonstrando a sua identidade alienígena.
O fantasma da Faculdade de Direito, segundo versões de funcionários antigos, pode ser o do servente José Francisco de Souza, 'que morreu na hora do expediente há alguns anos”, não sendo tal “aparição novidade'.
O fantasma é responsável pela abertura de portas sem chaves e, por vezes, 'no local em que se encontrava aparecia muitas pontas de cigarro, porém, passado o rebuliço, quando os alunos e o professor as procuravam, o local estava completamente limpo'”.
Outro episódio inexplicável que teria acorrido no prédio da Faculdade de Direito do Recife que fica no bairro da Boa Vista, em frente ao Parque Treze de Maio.
Há alguns anos, departamentos da institução funcionavam nos porões do edifício e numa sexta-feira chuvosa, no fim da noite, um zeloso funcionário estava arrumando os papéis, adiantando o serviço da segunda seguinte.
A sala era dividida em dois ambientes, separados por uma divisória de fórmica. Dado o adiantado da hora, não havia muitas pessoas na faculdade, muito menos na parte de baixo.
O funcionário, ao entrar na sala, acendera apenas a luz do lado em que ia ficar. A única janela, quase um postigo, ficara fechada.
Ao começar a separar os memorandos, ele notou um barulho de cadeiras arrastando. O ambiente ao lado era geralmente usado como sala de reuniões, e o ruído viera, com certeza de lá. Este é um daqueles momentos em que você procura se obrigar a ser cético, lógico e incrédulo.
Tudo talvez ficasse na mesma, se as luzes não piscassem duas vezes, e novos ruídos soassem. De repente, o funcionário ouviu vozes masculinas.
Não conseguiu distinguir o que se falava, mas, arrepiado, viu três pessoas. Duas das figuras eram semelhantes: senhores magros, altos, usando ternos brancos.
O outro era um senhor gordo, que não estava totalmente visível. O funcionário reconheceu, arrepiado, dois falecidos chefes do mesmo departamento em que ele se encontrava.
Antes que seus serviços fossem solicitados, saiu às pressas da sala, só tomando o cuidado de jogar os papéis na gaveta.
Quando chegou à parte de cima do prédio, inventou uma desculpa e mandou o vigia apagar e fechar a sala. E que ele guardasse a chave na secretaria.
Recebeu um olhar irônico do vigia, olhar de quem muito tinha visto em noites e noites de trabalho e convivência tranqüila com sombras e vultos de outros tempos.
Fonte: Assomblog
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