O comerciante Ademir Tavares da cidade de Pindamonhangaba, a 145 km da capital paulista, morreu nesta quarta-feira (23) após passar veneno de sapo no próprio corpo, de acordo com policiais do 5º Batalhão do Interior.
Segundo informações dos investigadores que acompanham o caso, o comerciante de 52 anos, foi orientado por um curandeiro da cidade. Ele teria dito que esse procedimento afastaria das drogas o filho da vítima.
De acordo com a polícia, o jovem também passou o veneno de sapo no corpo, mas não apresentou reações. O curandeiro, Jorge Roberto de Oliveira Rodrigues, de 40 anos, confessou para os policiais ter orientado o uso do veneno, e pode ser processado por exercício ilegal da medicina e acusado de homicídio. Nesta sexta-feira (25), o curandeiro se apresentou à polícia e, por volta das 12h, prestava depoimento.
O boletim de ocorrência foi registrado no 1º Distrito Policial de Pindamonhangaba. Um inquérito será instaurado para apurar a responsabilidade do curandeiro no caso. O laudo com o resultado de um exame toxicológico, que vai comprovar a causa da morte do comerciante, pode demorar de oito meses a um ano pra ficar pronto.
O curandeiro teria indicado o veneno para mais quatro pessoas. Para o delegado Vicente Lagioto, ele pode ser acusado de homicídio, caso seja comprovado que o comerciante morreu por causa do veneno do sapo. “Ele pode responder pelo exercício ilegal da medicina, já que ele não é médico, não poderia estar aplicando uma substância ativa como essa. E talvez até por homicídio, caso se constate que a pessoa veio a falecer em decorrência da substância”, afirmou Lagioto.
Ademir morreu dez minutos após ser socorrido de parada cardiorrespiratória depois de passar, em um dos braços, a solução à base de veneno de sapo.
O produto é conhecido como kambô e é retirado de sapos. O filho do comerciante também teria usado a substância, mas ele não falou com a reportagem do SPTV. O curandeiro não foi localizado.
O uso dessa substância à base de veneno de sapo é comum em tribos da Amazônia, mas a venda do produto está proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2004.
Fonte: G1
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