Segundo Naomi Grimley, correspondente da BBC, como alguns destes videntes cobram pelas consultas, a nova lei passará a classificá-los como "comerciantes".
As novas regras da União Européia têm o objetivo de proteger todos que forem enganados por comerciantes, não importando qual a mercadoria que está sendo vendida. As mudanças serão colocadas em prática a partir de maio.
Alguns médiuns já começaram a divulgar, em suas propagandas, alertas em que se eximem de responsabilidades, como por exemplo: "isso é apenas uma experiência, os resultados podem não ser garantidos".
O grupo também vai entregar uma petição com 5 mil nomes ao gabinete do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Processos
Carole McEntee Taylor, uma das fundadoras da Associação dos Trabalhadores Espirituais da Grã-Bretanha, teme que clientes insatisfeitos possam entrar com processos, caso os resultados não sejam os esperados.
Para Taylor, o que videntes e médiuns praticam é espiritualismo, uma religião, e, assim como todas as outras religiões, suas práticas não deveriam exigir provas.
"Ao colocar nossa religião sob a lei de proteção do consumidor, estamos sendo discriminados, pois estão nos dizendo no que podemos acreditar", afirmou.
"Nenhuma outra religião é forçada a provar suas crenças, e as pessoas também não são obrigadas a ir a um médium, assim como não são obrigadas a ir a uma igreja", acrescentou.
Para Taylor, a nova lei não protegerá o público porque existem outras formas de atingir esse objetivo.
"É preciso educar o público a respeito de espiritualismo, a filosofia", afirma. "Se eles forem educados sobre esta filosofia, não serão enganados por pessoas que fazem alegações ridículas, pessoas que falam 'se você me der tanto em dinheiro, poderei consertar'."
O Office of Fair Trading, órgão do governo britânico de proteção ao consumidor, afirma que não está interessado em entrar com processos contra a grande maioria dos médiuns.
A entidade informou que pretende ir atrás apenas dos mais óbvios "comerciantes desonestos".
Fonte: BBC
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