De acordo com um novo estudo que descobriu genes capilares em lagartos e pássaros, nossos pêlos se originam das garras dos répteis. Anteriormente, cientistas acreditavam que os mamíferos haviam sido os primeiros a possuírem pêlos.
O pêlo, que proporciona isolamento e proteção, é visto como uma das principais inovações evolucionárias, o que levou ao êxito dos mamíferos.
Mas as origens do pêlo datam de um réptil ancestral desconhecido, que viveu há mais de 300 milhões de anos, na era Paleozóica, segundo o novo estudo.
A equipe liderada por Leopold Eckhart da Universidade Médica de Viena, Áustria, fez a descoberta comparando genes de humanos, de galinhas e de lagartos Polychrotidae.
No genoma dos lagartos foram encontrados seis genes diferentes de queratina capilar, a proteína da qual o pêlo de mamíferos é feito.
Os genes tinham expressão mais forte nos polegares dos lagartos, indicando que os primeiros genes capilares desempenharam um papel na formação das garras, segundo relata a equipe do estudo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
"Pelo menos duas dessas queratinas protéicas capilares são geradas na zona de crescimento das garras," disse Eckhart.
Enquanto o papel dos outros quatro genes capilares permanece incerto, é provável que estejam relacionados ao crescimento das escamas, disse a equipe do estudo.
O genoma da galinha revelou um único gene capilar. Ainda é desconhecida a função, se houver, desse gene.
Criaturas com crescimento de cabelo
As descobertas sugerem que os mamíferos, répteis e pássaros modernos - assim como os dinossauros - compartilharam um ancestral comum com garras de queratina capilar, disse Eckhart.
"Na verdade, seria mais apropriado chamar essas proteínas de queratinas de garras, que mais tarde adquiriram um papel adicional com o pêlo," disse.
Eckhart especula que a evolução capilar começou com as queratinas de garras que mais tarde foram adaptadas na forma de escamas, das quais os primeiros pêlos surgiram.
Os primeiros pêlos de barba podem até ter se desenvolvido em répteis, disse Eckhart. "No entanto, não acho muito provável," acrescentou.
"Se estiveram presentes, me pergunto por que os répteis modernos não mais os têm. Se os pêlos fossem úteis, não teriam perdido."
Gunter Wagner, professor de biologia evolucionária da Universidade de Yale, disse que o novo estudo mostra que o crescimento dos pêlos não está limitado à existência de genes de queratina. Apenas em mamíferos, no entanto, a queratina se desenvolve como filamentos.
"A teoria estabelecida era a de que você tem cabelo por possuir a queratina capilar específica, mas o problema era (na verdade) como compactar essas queratinas em estruturas longas e finas," disse Wagner.
Similarmente, ele disse, um estudo recente mostrou que os pássaros compartilharam queratinas que produzem penas com um antigo ancestral de crocodilos sem penas.
Fonte: Terra
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