sábado, 3 de janeiro de 2009

Exposição alemã mostra peixes de regiões abissais

Anoplogaster cornuta, ou peixe-ogro, vive entre 500 e 5 mil metros de profundidade e chega a ter até 18 centímetros. Seus grandes dentes impedem que o peixe feche completamente a boca e também prendem a presa, que é sugada para dentro da boca e não consegue mais sair.

Uma exposição na Alemanha traz à tona seres curiosos das regiões mais profundas dos oceanos.

A mostra, chamada Tiefsee ("Mar Profundo", em tradução livre) oferece um passeio virtual pela escuridão da chamada zona abissal dos mares.

Situada a centenas de metros de profundidade, é uma das áreas menos conhecidas do globo, apesar de representar mais de 70% da biosfera do planeta.

A mostra está em cartaz até o fim de junho no Museu de História Natural Senckenberg, em Frankfurt, oeste da Alemanha, e ocupa um espaço de mil metros quadrados, distribuídos em dois andares.

Melanocetus johnsonii, ou peixe-diabo negro, encontrado em todos os oceanos numa profundidade entre 100 e 2 mil metros. Ele atrai sua presa com uma falsa isca, uma saliência luminescente que agita sobre a cabeça. A fêmea chega a 18 centímetros, mas o macho cresce até três centímetros.


Neles, são apresentados 45 animais originais conservados em álcool, mais de 35 modelos especialmente produzidos para a exibição, além de equipamentos históricos usados na exploração a grandes profundidades.

Um deles é o globo submarino "Bathysphere", com o qual os americanos Charles William Beebe e Otis Barton alcançaram em 1934 a então marca recorde de 923 metros de profundidade.


Viagem virtual


Os visitantes podem realizar uma viagem virtual em um modelo de submarino com 11 metros de comprimento cujos monitores transmitem a sensação de uma viagem por um mundo caracterizado por temperaturas geladas e completa falta de luz, além de uma pressão que chega a ser dezenas e até centenas de vezes maior que a da superfície.


O Himantolophus albinares, ou peixe-bola, vive no Oceano Atlântico em profundidades entre 200 e mil metros. A fêmea, com sua forma arredondada, parece uma bola de futebol. Com corpo elástico, pode engolir peixes com até duas vezes seu tamanho.


Esse aspecto é um dos responsáveis pela ausência de animais vivos no evento.

"Os organismos não podem ser levados, sob as mesmas condições de alta pressão, do fundo do mar até um aquário", explica o biólogo marinho Michael Türkay, diretor do setor do departamento de zoologia marinha do Instituto de Pesquisas Senckenberg.

Filhote de cachalote (Physeter macrocephalus). Esta espécie de baleia mergulha até 2 mil metros a procura de alimento. O macho chega a 18 metros e a fêmea alcança os 13 metros. O modelo de filhote de cachalote exposto tem cerca de sete metros de comprimento.


Elaborada em conjunto com o Museu de História Natural de Basiléia, a exposição traz habitantes do fundo do mar de aparência curiosa.

São peixes brilhantes e que emitem luz, com grandes olhos e dentes, lulas transparentes e medusas gigantes, além de um modelo de filhote de cachalote de cerca de sete metros de comprimento.


Expedições


Durante muito tempo, os especialistas acreditavam ser impossível haver vida em grandes profundidades marinhas.

Essa crença foi derrubada pelas primeiras expedições de cientistas ingleses e alemães no final do século 19. Nos anos 30 foram realizadas as primeiras viagens tripuladas a profundidades de até mil metros.

Linophryne arborífera, ou diabo-marinho, presente no Atlântico, Índico e Pacífico, vive entre 500 e 1,5 mil metros. A fêmea chega a 8 centímetros e o macho, a 2. As fêmeas tem dentes pontudos e órgão que brilha como saliências na testa e sob o queixo, lembrando galhos. O macho vive unido à fêmea.


O pesquisador suíço Jacques Piccard, morto em novembro aos 86 anos, alcançou em 1960 pela primeira vez a Fossa das Marianas, no Pacífico, tripulando um submarino construído por ele e por seu pai.

O Argyropelecus hemigymnus, ou peixe-machadinha, mede entre 3 e 5 centímetros e vive em profundidades entre 250 e 600 metros. A mostra está em cartaz até o fim de junho no Museu de História Natural Senckenberg, em Frankfurt, Alemanha.


Para o mergulho a quase 11 mil metros de profundidade, seu veículo teve que suportar uma pressão de água correspondente a 170 mil toneladas.


Fonte: BBC

3 comentários:

Últimos Tempos disse...

estes peixes são extremamente raros. Para bens pela brilhante pesquisa

Unknown disse...

TUDO QUE DEUS FEZ E LINDO NADA SE COPARA.........

Palomaah Coelho *-* disse...

So não falaram o mas importante : os peixes abissais são capazes de prodizir a bioluminescencia , que e a luz produzida pelas bacterias nas suas peles que os ajudam a se alimentar !!!

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