Uma nova análise da luz emitida pelas chamadas anãs brancas --objetos cósmicos que são remanescentes de estrelas mortas-- revelou que muitas delas podem ter abrigado planetas similares à Terra no passado.
Estudando imagens que o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa (agência espacial norte-americana), fez de seis desses cadáveres estelares, astrônomos descobriram que boa parte da poeira em seu entorno é composta de minerais que são comuns em planetas rochosos e asteroides do Sistema Solar.
Essa poeira é provavelmente resto de planetas destruídos, dizem os pesquisadores. Antes de morrer, uma estrela como o Sol incha até se tornar uma gigante vermelha, que aniquila planetas de órbitas mais próximas.
Só depois ela expele suas camadas mais externas e se torna uma anã branca. Como o material remanescente é bem mais fragmentado do que os grandes asteroides e planetas em torno de estrelas vivas, fica mais fácil para astrônomos analisarem sua composição.
O Spitzer já havia observado essa poeira com detalhes em outras duas anãs brancas, mas só agora, com dados de mais seis delas, os cientistas puderam tirar conclusões seguras.
Necrotério cósmico
A vantagem de analisar asteroides e escombros planetários perto de estrelas mortas é que eles são mais fragmentados do que o material que existe em torno das estrelas vivas.
Ao separar em faixas do espectro a luz refletida por essa poeira, o Spitzer consegue identificar os materiais que a compõem.
"É como se as anãs brancas separassem a poeira para nós", disse o astrônomo Michael Jura, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, em comunicado à imprensa.
"Se você triturasse nossos asteroides e planetas rochosos, obteria o mesmo tipo de poeira que estamos observando nesses sistemas estelares [anãs brancas]."
Segundo os pesquisadores, uma consequência importante do estudo é alimentar a ideia de que lugares mais propensos ao surgimento da vida, como a Terra, podem ser menos raros do que se pensava.
"Isso nos mostra que essas estrelas têm asteroides como os nossos e, por isso, podem ter também planetas rochosos", diz Jura.
Um estudo do astrônomo sobre o assunto foi aceito pela revista "The Astronomical Journal" e deve ser publicado em breve.
Fonte: Folha Online
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