Um casal franco-marroquino de 49 e 48 anos, foi detido e levado à justiça por abusar de oito dos seus nove filhos. Eles não tinham o hábito de alimentá-los, porque o pai, de origem marroquina e "rigoroso muçulmano", como ele próprio confessou, alegava que a magreza extrema era uma prova da boa educação e da purificação corporal. Quanto maior o jejum, menos o organismo precisaria das necessidades mundanas.
Por isso, seus filhos de 7 a 17 anos, estavam totalmente desnutridos, e morrendo de fome. De fato, a polícia descobriu o escândalo, porque um dos filhos, Yassim de 16 anos, 1,65 metros, e 32 quilos, remexia o lixo do bairro em segredo para alimentar-se. Não porque tinha vergonha, mas para se esconder da vigilância paterna.
Tudo ocorreu em Banyuls-sur-Mer (Pirineus Orientais) perto de Perpignan, a apenas três quilômetros da fronteira espanhola. O Ministério Público, representado pelo procurador de Perpignan Jean-Pierre Dréno, denunciou o casal por torturar seus filhos com desculpas religiosas. Privando-os de alimentos e, por vezes, sujeitando-os a todo tipo de castigos corporais.
"Meus filhos precisam de purificação. É por isso que optamos por privá-los dos alimentos", alegou o pai de 49 anos, uma vez comprovada a degradação de sua família.
"Ele tem problemas mentais. É um iluminado, alguém místico, que interpreta a religião à sua maneira. Ele tinha alucinações, pensava que iria morrer e que era vítima de bruxaria ", disse a advogada do casal, Catherine Barrère, à AFP.
"Há uma grande diferença entre alguém que abusa dos seus filhos de forma perversa e alguém que está perturbado e impõe regras de vida austera, não só a sua família mas também a si mesmo", defendeu Barrère que solicitou um exame psiquiátrico de seu cliente.
Fonte: El Mundo/Le Figaro
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