Os cientistas do Pasteur e da Universidade de Pavia, Yale e Santiago, analisaram o DNA de 12 populações da faixa tropical do continente que representam os dois principais grupos geográficos, os pigmeus do leste e oeste. As 12 populações revelaram uma origem comum há 20.000 anos atrás.
"Em primeiro lugar, foi quando os seres humanos modernos se espalharam por toda a África, em segundo lugar, foi a data da sua primeira migração da África para o sul da Ásia até a Austrália, como mostrou nosso próprio grupo há 10 anos.
E agora vemos que foi também quando começou na África a divergência entre os pigmeus e os seus atuais vizinhos agricultores ", ele continua.
A hipótese alternativa era a de que os pigmeus das duas áreas eram um caso de convergência evolutiva, ou seja, adaptações independentes ao estilo de vida de caçadores-coletores e ao clima das florestas tropicais.
Foi reforçada pelo fato dos pigmeus terem línguas distintas. Mas os novos dados a excluem completamente, e implica que os pigmeus, um grupo étnico que se caracteriza por terem na idade adulta menos de 1,50 metros, pele muito escura e cabelo encaracolado, adotaram a língua dos seus vizinhos atuais ou passados.
"Além disso, se denomina pigmeus a vários povos do sul da Ásia, de pele escura e baixa estatura, não incluídos no estudo. "Eu não acredito que os chamados pigmeus da Indonésia e Filipinas têm uma origem comum com os africanos", diz Quintana-Murci.
"É mais provável que neste caso, sim, seja um fenômeno de convergência, adaptações independentes ao mesmo estilo de vida, mas não temos quaisquer dados sobre eles."
Essa onda se espalhou por todo o continente a língua Banto, o sedentarismo e a agricultura. As populações separadas e isoladas de pigmeus, como os bosquímanos são as ilhas de antigos povoadores africanos que persistem no oceano banto.
"A agricultura e a pecuária envolvem a convivência com uma nova bateria de patógenos", diz Quintana-Murcia.
"O que estamos fazendo agora é verificar se os genes do sistema imunológico diferem entre os pigmeus e seus vizinhos agricultores." Seria uma forte evidência de adaptação genética.
Fonte: El País
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