quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cientistas da OMS investigam se o vírus AH1N1 veio de um laboratório


Um pesquisador afirma que as características genéticas sugerem que o vírus foi cultivado em ovos, um método usado por especialistas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que seus cientistas irão investigar a teoria de um especialista australiano que afirma que o vírus influenza A foi o produto de um "erro humano", em um laboratório.

"Pedimos a nossos especialistas para determinar se há elementos de prova. No momento é muito cedo para dizer qualquer coisa sobre isso", disse o porta-voz da instituição de saúde, Gregory Hartl.

Contudo, ele disse que a prioridade para a OMS é a de determinar o risco representado pelo novo vírus AH1N1, avaliar o seu desenvolvimento e ajudar os países membros da organização para uma eventual pandemia.

Adrian Gibss, cientista que participou na formulação do antiviral Oseltamivir (Tamiflu), utilizado para tratar a nova forma de gripe, afirma que as características genéticas do vírus sugerem que o AH1N1 foi cultivado em ovos, um método utilizado em laboratórios.

Por sua parte, a Drª. Sylvie Briand, especialista em gripe da OMS, reagiu hoje à informação sobre uma suposta resistência do vírus ao Oseltamivir, e ao Zanamivir, a outra droga considerada eficaz para a gripe A.

"O vírus reage às duas drogas", confirmou Briand, que explicou que as dúvidas são devido a uma confusão com a gripe sazonal, que no ano passado e anterior, mostrou uma certa resistência a estes antivirais.

No que diz respeito à possibilidade de que este novo vírus seja menos perigoso, uma vez que é temido, a perita disse que ele é comparado ao vírus da pandemia de 1918, e reconheceu que os dois vírus parecem ser de natureza diferente".

"Mas isso não é suficiente para dizer que este é um vírus suave porque é muito novo", acrescentou ela, lembrando "que é desconhecida a forma como as pessoas reagem ao novo patógeno. "

Para esclarecer as muitas perguntas sobre a infecção causada por este vírus, Briand descartou a conveniencia de elaborar um "índice global, pois a gravidade pode variar de acordo com o lugar, inclusive com níveis diferentes de gravidade dentro de um país."

Em seguida, ela explicou que o nível de gravidade é determinado pelas características do vírus ( facilidade de transmissão, e qual proporção de casos necessita de tratamento) e a vulnerabilidade da população.

No último caso interfere a "imunidade pré-existente na população (difícil de determinar) e a incidência de doenças crônicas (pulmonares, cardiovasculares, diabetes e imunodeficiência)".

Todas estas considerações, disse Briand, serão cruciais para a decisão que deve ser tomada pela OMS no que diz respeito à questão de iniciar ou não, em coordenação com a indústria farmacêutica, a produção de uma vacina contra a influenza A.

Sobre a revisão do nível de alerta de pandemia mundial (atualmente na Fase 5 de uma escala de 6), notou que se pode "reconsiderar" se não forem observados casos importados e a epidemia diminuir nos países com um elevado número de pessoas afetadas.

A OMS informou hoje que os casos de infecção são agora 5728 em 33 países.


Fonte: Terra Chile

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