quinta-feira, 7 de maio de 2009

Raros golfinhos australianos caçam cuspindo nas presas

Os golfinhos-de-Heinsohn possuem nadadeiras dorsais particularmente curtas, mas são mais conhecidos por suas cabeças no formato de melão e perfis sem bico


Cuspir em público não é grosseria na sociedade dos golfinhos-de-Heinsohn - é algo esperado. Os raros mamíferos marinhos caçam juntos perseguindo peixes até a superfície e então "cuspindo" água neles para encurralá-los e matá-los, pesquisadores do fundo de preservação sem fins lucrativos WWF recentemente descobriram.

Esses golfinhos australianos possuem nadadeiras dorsais particularmente curtas, mas são mais conhecidos por suas cabeças no formato de melão e perfis sem bico. Tais animais sociais vivem em grupos de no mínimo seis indivíduos.

O golfinho-de-Heinsohn, que chega a dois metros, é hoje a segunda espécie de golfinho conhecida que usa a técnica de caça cooperativa, na qual os animais lançam jatos de água de suas bocas para levar os peixes em direção a outros golfinhos.

"É um comportamento incrivelmente fora do comum, que só foi notado antes nos golfinhos-de-Irrawaddy," disse a diretora do WWF para o mar e costa da Austrália, Lydia Gibson. "É um técnica bizarra.

Alguns animais foram vistos cuspindo água para cima e (outros) direto na superfície da água. É um comportamento fascinante, mas ainda sabemos muito pouco sobre esses golfinhos e como eles fazem isso."

Acreditava-se que os golfinhos de Heinsohn e de Irrawaddy fossem a mesma espécie até 2005, quando cientistas descobriram que os golfinhos-de-Heinsohn eram uma espécie única que habita mangues, rios, estuários e águas da costa do norte da Austrália.

Os golfinhos-de-Heinsohn são habitantes das costas e parecem viver em pequenos territórios, por isso podem ser especialmente afetados pela poluição, pelo desenvolvimento costeiro e outras ameaças aos sistemas de mangue, Gibson observou.

"Sua presença indica um ecossistema saudável, por isso temos uma oportunidade (importante)" de aprender mais sobre o estilo de vida desse golfinho misterioso e, assim, tomar decisões melhores sobre a preservação de seu habitat, ela disse.

"É crucial fazer o que podemos para proteger nossos ecossistemas costeiros."


Fonte: Terra

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