Estes restos de estrela a 8200 anos-luz de distância levaram astrônomos a desvendar o mistério o sobre os feixes de luz vistos pelos astronautas das missões Apolo há mais de 40 anos. A explicação para o fenômeno é a energia que desaparece na explosão de uma estrela e que impulsiona a aceleração de partículas no Universo. Os resultados foram publicados pela revista "Science"
Astrônomos da Nasa e do Observatório Europeu Austral (ESO), no Chile, anunciaram que conseguiram decifrar o mistério sobre a primeira fonte de estranhos feixes de luz vistos pelos astronautas das missões Apolo há mais de 40 anos.
Ao entregar os relatórios sobre suas experiências no espaço, os astronautas disseram que podiam ver os brilhos de luz até quando estavam de olhos fechados.
Em um relatório divulgado nesta quinta-feira (25) pela revista "Science", os astrônomos do observatório espacial Chandra de Raios X e do Grande Telescópio de ESO explicaram que a fonte desses feixes de luz é a energia que desaparece na explosão de uma estrela e a que impulsiona a aceleração de partículas no universo.
Os estudos posteriores realizados após o relatório dos astronautas revelaram que se tratava de raios cósmicos, partículas carregadas que bombardeiam a atmosfera e que, ao chegar à superfície terrestre, conservam energia suficiente para alterar o funcionamento de peças eletrônicas.
De acordo com essas investigações, as partículas são prótons que se deslocam quase à velocidade da luz a partir de pontos que estão além da Via Láctea.
"Quando explode uma estrela e se transforma no que se conhece como uma supernova, grande parte da energia dessa explosão acelera algumas partículas a níveis extremamente altos de energia", explicou Eveline Helder, do Instituto Astronômico da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos.
"A energia usada para a aceleração das partículas provém da temperatura do gás que, portanto, é muito mais baixa que o que afirmava a teoria", disse.
No estudo, os cientistas analisaram os restos de uma estrela que explodiu em 185 d.C., segundo os registros de astrônomos chineses.
Esses restos de uma estrela, identificada como RCW86, foram encontrados a cerca de 8.200 anos-luz da Terra, na constelação de Circinus.
Através das observações do Grande Telescópio da Agência Espacial Europeia (ESO, da sigla em inglês), os cientistas mediram a temperatura do gás criado pela explosão estelar.
Eles também estabeleceram a velocidade da onda de choque mediante imagens em raios X proporcionadas pelo observatório Chandra com uma separação de três anos entre uma e outra.
Com esses dados, os astrônomos determinaram que as partículas se deslocavam a uma velocidade entre 10 milhões e 30 milhões de km/h, ou seja, de 1% e 3% da velocidade da luz.
Os pesquisadores também estabeleceram que a temperatura era de 30 milhões de graus Celsius, muito mais baixa do que se esperava. "A energia que falta é o que acelera os raios cósmicos", disse Jacco Vink, outro dos cientistas do Instituto Astronômico de Utrecht que participou do estudo.
Fonte: UOL
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