segunda-feira, 1 de junho de 2009

A lenda da "vampira peruana" de East Lancashire



Vampira ou uma humilde tecelã de algodão?

Sarah Roberts, uma mulher de East Lancashire que morreu há 96 anos no Peru, é um dos maiores cultos icônicos do país sul americano.

Segundo a lenda peruana, ela teve de ser enterrada lá porque nenhum outro país do mundo aceitaria o caixão de uma mulher que se pensava ser uma das três noivas de Drácula.

Mas historiadores de East Lancashire disseram que Sarah era "apenas uma tecelã de algodão" e que não havia qualquer fundamento no mito peruano.

Agora sua lenda está sendo imortalizada em uma peça escrita por moradores de Pisco, no sul do Peru.

Eles querem ouvir qualquer descendente de Sarah em East Lancashire.

A lenda de Pisco diz que em Junho de 1913, Sarah, de Isherwood Street, Blackburn, foi condenada à morte por oficiais de East Lancashire depois que foi acusada de bruxaria, vampirismo e assassinato.

Eles acreditam que ela ainda estava viva, quando foi jogada em um caixão de chumbo, e enterrada, amaldiçoando aqueles que determinaram o seu destino, jurando se vingar em 80 anos - 1993. O medo teria levado as autoridades a proibir o seu corpo no cemitério, diz a lenda.


O túmulo de Sarah


O dramaturgo Racso Miro Quesada, que está transformando a lenda em uma peça, disse: "Seu marido J.P. Roberts viajou o mundo tentando encontrar um lugar para enterrar sua esposa".

"Por causa das acusações não havia um lugar na terra onde ela poderia descansar". "Ninguém queria ter os restos mortais da pessoa que ele amava". "Ela acabou sendo aceita em uma pequena cidade pesqueira no sul do Peru - Pisco".

Em 1993, quando chegou a data exata da vingança, sua lápide quebrou.

As mulheres grávidas fugiram com medo do espírito de Sarah, que poderia tentar reencarnar em seus filhos, foram comprados centenas de kits completos contra vampiros, com alho e uma estaca de madeira, antes de entrar no cemitério para aguardar a ressurreição.

Quando ela não apareceu, disseram que a água benta jogada e as orações tinham mantido o vampiro a distância. A televisão peruana produziu um documentário dos acontecimentos, em 1993.

Rasco, afirmou: "A história desta mulher de Blackburn é um dos maiores cultos icônicos do Peru.

"É uma história de amor, medo, renascimento e perseverança". "Pisco apareceu na mídia há algum tempo por causa de um gigantesco terremoto". "Acontece que a sua sepultura é uma das únicas que sobreviveu ao terremoto - algo que reforça a convicção de que Sarah é uma santa poderosa." "As pessoas viajam longas distâncias para visitar a sepultura dela".


O cemitério de Pisco após o terremoto


No entanto, Roger Booth, funcionário da biblioteca para a história local na Blackburn com Darwen, disse: "Sarah ficou na história, mas, na realidade, ela era apenas uma tecelã de algodão".

"É compreensível que as pessoas acreditassem neste conto no Peru em 1913, mas é incrível acreditar que eles ainda acreditassem que ela ia sair do seu túmulo em 1993."



O QUE OS LIVROS LOCAIS DE HISTÓRIA DIZEM



Sarah Ellen Gargett nasceu em Burnley, em 1862, e ficou conhecida por viver em Bolton Road, Blackburn.

Ela casou com o tecelão John Roberts Pryce, de Charlotte Street, Blackburn, na igreja de St. John's, Blackburn, em 1892. Até o momento em que foi feito o censo de 1901 eles tinham dois filhos, William e Frank.

Naquele ano, o irmão de John deixou seu trabalho como gerente da tecelagem St. Paul, em Nab Lane, para ocupar uma posição semelhante em uma tecelagem de algodão, em Lima, Peru.

Os registros mostram que John e Sarah fizeram viagens para vê-lo, incluindo uma visita, em 1913, quando Sarah morreu, em 9 de junho em Pisco.

Devido a uma assustadora confusão, sua morte foi relatada no obituário do Northern Daily Telegraph, na sexta-feira 13.

A lenda peruana diz que John desapareceu e nunca mais foi visto novamente depois de enterrar a esposa, mas registros mostram que ele abriu uma mercearia na Johnston Street em 1922. Ele morreu em 1925 e foi enterrado no antigo cemitério de Blackburn.

Após inúmeros pedidos de todo o mundo, Stephen Smith, um historiador voluntário para a história local, tentou descobrir mais sobre a vida dela.

Ele disse: "Após 96 anos, é difícil obter uma imagem verdadeira do casal. A causa de sua morte até agora é um mistério.

Há uma história de que Sarah teve outro filho, enquanto estava no Peru, talvez ela tenha morrido no parto, ou talvez ela tenha morrido de alguma doença no resguardo".


Fonte: Blackburn Citizen


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