O ataque de pirambebas --também conhecidas como piranhas brancas-- a
banhistas está assustando e afastou moradores e turistas da lagoa do
Catu, em Aquiraz (região metropolitana de Fortaleza). O local é um ponto
do turístico da cidade e responsável pelo abastecimento do município.
No último dia 26, um turista paulista foi atacado após fazer um passeio
à lagoa. Ele participava de um passeio chamado "Insano Natural",
descendo uma duna forrada com lona até o mergulho na lagoa. Na chegada,
porém, acabou mordido na sola do pé e precisou ser hospitalizado.
O ataque trouxe de volta o problema dos ataques das pirambebas na
lagoa, que já haviam ocorrido em 2009 e afastaram turistas. Após ações
governamentais, os ataques foram reduzidos, mas agora retornaram.
O secretário de Secretaria da Pesca e Aquicultura do Ceará, Ricardo
Campos, explicou ao UOL que os ataques são pontuais, mas não recomendou o
banho no local até que medidas sejam tomadas.
Para conter o problema, o Estado está propondo uma espécie de mutirão
de pesca para inserir espécies na lagoa. "Junto à prefeitura, queremos
fazer uma sobrepesca. Vamos convidar as associações de pesca para
diminuir a quantidade e, a partir dá, colocar outras espécies
predadoras, como o pirarucu e o tucunaré", disse.
Segundo Campos, os ataques estão ocorrendo por conta de um
desequilíbrio na cadeia alimentar. "A pirambeba é predadora e não tem
outra acima dela para predá-la nem abaixo que sirva de alimento. Por
isso há desequilíbrio, e ela passa a ter uma atividade de canibalismo e
ataque ao ser humano", disse.
Campos informou que a pirambeba não é nativa do local e chegou à lagoa
após enchentes. "A pirambeba é nativa do Ceará, mas originária do açude
Lima Campos (400 km de Aquiraz). Em 1992, foi feito o Canal do
Trabalhador, que trouxe água do rio Jaguaribe para abastecer Fortaleza.
Lá existe a espécie, e acredita-se que a pirampeba chegou por esse
abastecimento."
Ataques informados
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de
Aquiraz informou que já havia informado os órgãos federais sobre os
ataques em janeiro de 2012 e disse que tem realizado ações preventivas
como limpezas da lagoa, inserção de predadores da pirambeba e
informações sobre o caso aos moradores da região.
Mesmo com as ações, a secretaria reconheceu que as iniciativas "têm se
mostrado pouco eficientes no controle da espécie", apesar de afirmar que
houve redução de ataques a banhistas. A nota não diz se o banho no
local é recomendado.
Fonte: UOL
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