quarta-feira, 1 de julho de 2009

Análise do cérebro mostra como a hipnose consegue paralisar membro do corpo

Hipnotizador do século XIX


Pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, conseguiram mostrar como um hipnotizador consegue paralisar membros do corpo, como um braço, apenas usando as palavras.

A ideia é fazer com que uma parte do cérebro interfira no processo que normalmente faz esses membros se mexerem --a região cerebral que está pronta para fazer o braço de mover ignora os estímulos e "ouve" apenas o "intrometido", que diz: "Não se mova".

"É uma espécie de reconexão entre diferentes regiões do cérebro", afirma o pesquisador Yann Cojan, autor de um estudo publicado na quinta-feira (25) pela revista "Neuron".

Ele usou imagens do cérebro para mostrar o que acontecia quando 12 voluntários tentavam mover uma mão paralisada pela hipnose.

Os resultados mostraram que o córtex motor direito se preparava, como de costume, para fazer com que a mão esquerda se movesse.

Mas a região parecia estar ignorando as partes do cérebro com que geralmente se comunica para controlar o movimento.

Em vez disso, ele atuava em sincronismo com uma diferente região do cérebro chamada precuneus, relacionada a imagens mentais e memórias sobre si mesmo. "Isso foi uma surpresa", diz.

Cojan sugere que o precuneus estava "com capacidade esgotada" pelas metáforas que os voluntários haviam ouvido do hipnotizador, como "sua mão é muito pesada e está apoiada sobre a mesa".

Então, afirma o pesquisador, a mensagem para o córtex motor era: "Sua mão está muito pesada, então você não consegue movê-la".

"É como se o córtex motor estivesse conectado à ideia de que ele não consegue mover a mão, então não manda a mensagem para que ela se mexa", diz Cojan.

No estudo, os 12 participantes tinham seus cérebros analisados enquanto realizavam uma tarefa que exigia que eles apertassem um botão com uma mão ou a outra.

Em algumas sessões, eles foram hipnotizados e informados de que sua mão esquerda estava paralisada.

Em outras ocasiões, a condição mental deles estava normalizada. Para que a comparação fosse feita, seis outros participantes simplesmente fingiram que a mão esquerda estava paralisada.


Fonte: Folha Online

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