Os efeitos ecológicos de espécies invasivas são muitas vezes bem conhecidos, especialmente seu impacto sobre plantas e animais nativos.
Mas os invasores ocasionalmente fazem também o amor, além da guerra: acasalam-se com espécies locais aparentadas e produzem híbridos. E o os efeitos dessa hibridização não foram objetos de muitos estudos.
Agora, pesquisas envolvendo salamandras nativas e invasivas no vale de Salinas, no Estado americano da Califórnia, demonstram que a hibridização pode ser devastadora. Os híbridos têm apetite voraz e podem praticamente exterminar outras espécies.
Maureen Ryan e Jarrtett Johnson, da Universidade da Califórnia em Davis, e Benjamin Fitzpatrick, da Universidade do Tennessee, estudaram híbridos entre salamandras-tigre da Califórnia e salamandras-tigre listradas trazidas em grandes números do Texas por comerciantes de iscas, começando há 60 anos.
As larvas das salamandras-tigre ocupam posição elevada na cadeia alimentar dos lagos, porque devoram larvas de outras espécies com suas bocas grandes.
Os pesquisadores construíram lagos artificiais e os abasteceram de salamandras e outras espécies, especialmente girinos da Califórnia e rãs do Pacífico (duas espécies encontráveis no vale de Salinas) e acompanharam o acontecido.
As constatações deles foram publicadas pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
As larvas híbridas têm efeito mais intenso sobre os girinos e rãs do que as larvas das salamandras locais e quase os exterminaram. Os híbridos afetaram até a sobrevivência das salamandras nativas, nos lagos.
"A implicação é de que diferem bastante das espécies nativas em termos ecológicos", disse Ryan. Isso pode representar problema para outras espécies no vale, como as rãs de pernas vermelhas da Califórnia e as salamandras de dedos longos de Santa Cruz.
Fonte: Terra
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