O mapeamento por meio de sonares convencionais usa vibrações de som, que requerem o rebocamento de um conjunto de alto-falantes e receptores.
"É preciso puxar (o conjunto) com um barco", disse Ted Jones, físico de plasma do Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos, em Washington. "É demorado e caro. Pode levar horas ou mesmo dias para sondar uma área grande."
A nova técnica - uma espécie de código Morse do século 21 - usa raios lasers autofocalizadores para superaquecer pequenas quantidades de água até cerca de 20 metros abaixo das ondas.
O resultado é "um pequeno pistão de energia" que se expande em velocidades supersônicas, criando um ruído submerso alto o suficiente para ser ouvido a quilômetros de distância, diz Jones.
Procura a laser
Os sons do laser também poderiam ser usados para qualquer outra das funções normais dos sonares, como procurar por objetos submersos ou mapear o fundo do mar.
Para conduzir uma procura, os usuários poderiam espalhar bóias com sondas passivas, projetadas para ouvir, mas não transmitir.
Depois, um avião poderia sobrevoar a área, emitindo sons gerados por laser em toda a região de pesquisa.
"Você poderia fazer rapidamente uma procura por sonda em uma grande área", disse Jones.
Ganhando foco
Ao projetar a nova técnica, o maior desafio foi fazer com que os raios lasers concentrassem sua energia em uma área pequena o suficiente para gerar o estrondo.
Um truque, segundo Jones, é intensificar o raio em seu centro, para que a seção do meio do raio aqueça a água mais rapidamente.
Esse calor faz com que a luz ao redor do centro se curve para dentro até que o raio esteja focado em um ponto minúsculo.
Ao mesmo tempo, o laser é composto de luzes com diferentes comprimentos de onda, que viajam pela água em velocidades ligeiramente diferentes.
Se "você colocar a mais lenta primeiro e a mais rápida ao fim", disse Jones, a energia rapidamente aumentará no ponto focal, até que a água superaquecida exploda.
Uma linha reta para os ETs
Robert J. Sawyer, escritor canadense de ficção científica, disse que uma das vantagens de usar um raio laser para se comunicar com submarinos é que seria difícil interceptar o raio acima da superfície.
Ainda assim, qualquer um com receptores sonares poderia ouvir o ruído uma vez que o raio entrasse na água.
Mais interessante do que o sigilo, disse Sawyer, é o fato de que sons de laser similares poderiam ser uma maneira ainda melhor de comunicação do que o rádio na procura por extraterrestres inteligentes - tirando, é claro, a água.
"Lasers são mais eficientes" do que ondas de rádio - o meio geralmente usado pelo Instituto SETI (sigla que significa, em português, Procura por Inteligência Extraterrestre) -, disse ele.
"Não há um ponto de transmissão (em qualquer lugar) no qual você possa fazer uma linha reta." "Então, estamos falando com nossos submarinos da mesma forma que esperamos falar com alienígenas algum dia."
As descobertas foram apresentadas em Portland, Oregon, em um encontro da Sociedade Acústica da América.
Fonte: Terra
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