quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pesquisadores brasileiros apresentam crocodilo-tatu

Reconstituição do Armadillosuchus, um crocodilo que vivia no deserto. Foto: Marcos de Paula/AE


Com placas ósseas distribuídas como armadura no pescoço e dorso, o crocodilo-tatu viveu há 90 milhões anos.

Pesquisadores apresentaram nesta terça-feira, 7, partes do fóssil original de uma espécie de crocodilo, encontrada no interior de São Paulo, que afirmam ser única e distinta de todos os animais desse tipo que já viveram na Terra.


O Armadillosuschus arrudai, com cerca de 2 metros de comprimento e peso estimado de 120 quilos, tinha uma carapaça semelhante à de um tatu e viveu num clima quente e seco, segundo os pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com crânio largo, focinho curto e estreito e placas ósseas distribuídas como armadura no pescoço e dorso, o crocodilo-tatu viveu há 90 milhões anos.

"O Armadillosuchus só é encontrado no interior do Estado de São Paulo, e isso tem sido uma surpresa, inclusive pela possibilidade de se quebrar essa reflexão de que ao encontrarmos crocodilos estamos numa condição climática quente e úmida", disse a jornalistas o paleontólogo da UFRJ Ismar de Souza Carvalho.

"Neste caso, eles são crocodilos que vivem num clima bastante quente, seco e árido", afirmou. Segundo os pesquisadores, o animal viveu no período Cretáceo, com temperaturas diurnas de 45 graus Celsius.

O animal habitava numa região denominada Bacia Bauru, que abrangia o interior dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e o norte do Paraná.

Os fósseis do Armadillosuschus arrudai - incluindo cabeça, costela e pata - foram encontrados no município paulista de General Salgado pelo professor Tadeu Arruda em 2005. O artigo científico relatando a descoberta do animal foi publicado no Journal of South America Earth Sciences no final do ano passado.


Fonte: Estadão

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