O que seria uma simples terraplanagem para construir uma escola se transformou em descoberta científica em Laranjal do Jari, no Amapá.
Durante a construção de uma escola na periferia da cidade, trabalhadores encontraram um cemitério indígena com dezenas de peças de cerâmica que podem ter mais de mil anos.
Logo após a descoberta, o arqueólogo João Saldanha foi chamado para fazer o resgate do material. “Era um grande sítio arqueológico, que tinha muito material.
Havia 50 urnas [funerárias], e contabilizamos em torno de cem peças [de cerâmica] inteiras”, conta o cientista, que trabalha para o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa). Cada urna funerária encontrada é formada por vários vasos diferentes.
Arqueólogo Pedro Saldanha foi chamado para resgatar peças de cerâmica. (Foto: Gerência de Pesquisa Arqueológica - IEPA/Divulgação)
Segundo Saldanha, os desenhos gravados na cerâmica indicam a presença de um povo que ocupou também a Guiana Francesa e o Suriname há cerca de 1.200 anos.
“Há pinturas de formas humanas e de animais. Uma grande aldeia, intensamente ocupada, existia ali”.
Parem as máquinas
Desde a descoberta, ocorrida em maio, a construção da escola está parada. Saldanha terminou as escavações em 20 de junho, e imagina que em breve a obra poderá continuar, pois todas as peças que estavam sob a construção foram resgatadas.
Cada urna funerária é formada por diversos vasos. No total, 50 conjuntos foram encontrados. (Foto: Gerência de Pesquisa Arqueológica - IEPA/Divulgação)
O restante do sítio arqueológico, que está fora da área da construção, será explorado mais tarde, segundo o pesquisador.
“A ideia é que possamos fazer um sítio-escola, uma escavação para que os alunos aprendam como se trabalha a arqueologia”, explica.
Fonte: globo.com
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