segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Encontram na França o mais "velho" marsupial da Europa

Molar do marsupial. | Foto: MNHN CNRS - RENNES1




Os paleontólogos costumam dizer que o continente europeu é terra desconhecida em relação à história dos primeiros mamíferos que ali viviam.

Muito pouco resta desta classe de animais vertebrados do Cretáceo e, portanto, quando algum vêm a luz é considerado um pequeno tesouro.

Este é o caso de alguns dentes que estavam embaixo de cinco toneladas de sedimentos e foram desenterrados no departamento francês Charente-Maritime, no leste do país.

Segundo seus descobridores, pertencem a um pequeno marsupial, que viveu a 99 milhões de anos, e que, dizem, pode fornecer pistas importantes sobre os mamíferos que ocuparam a Europa antes da grande extinção que ocorreu no final do Cretáceo, a cerca de 65 milhões de anos.

É, digamos, "um dos marsupiais mais antigos e mais primitivos conhecidos no mundo" e, claro, o mais antigo representante europeu dos modernos térios (subclasse de mamíferos cujo embrião se desenvolve dentro do útero, em vez de um ovo).


Achado francês


Os dentes deste exemplar foram encontrados por uma equipe de paleontólogos do Museu de História Natural (CNRS) frances e pela Universidade de Rennes 1.

Pertencem, de acordo com a pesquisa publicada na revista Proceedings of National Academy of Sciences "(PNAS), a um marsupial da espécie batizada "Arcantiodelphys marchandi".

Dentre as contribuições desses dentes fósseis mencionam que irão ajudar a melhorar o conhecimento sobre a história dos marsupiais em geral, que até agora só foi conhecida através dos restos encontrados na América do Norte.

E mais, poderia confirmar a existência de relações entre a fauna destas duas grandes áreas continentais durante o Cretáceo médio, quando acreditam que poderia existir uma grande paleoprovincia euroamericana.

Além disso, eles também dão novas informações sobre as rotas de dispersão que seguiram estes pequenos mamíferos entre a Ásia e a Europa, e não da América do Norte para o continente europeu, como os fósseis pareciam indicar até agora.


Tradução: Carlos de Castro



Fonte: El Mundo



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