Os leões comedores de homens de Tsavo, que no final do século XIX aterrorizaram um acampamento de construtores de uma linha de trem, no Quênia, e inspiraram três filmes de Hollywood, não teriam sido tão mortíferos como afirma a lenda, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira. Eles teriam comido 35, e não 135 pessoas.
Um coronel britânico contratado para matar os animais afirmou que os leões haviam matado 135 pessoas à noite, provocando o encerramento da expansão da estrada de ferro no Quênia.
A cifra havia sido questionada pela Companhia de Estradas de Ferro de Uganda, estimando que foram 28 as pessoas mortas.
Mas os apaixonantes relatos do tenente-coronel John Patterson sobre os nove meses em que perseguiu leões deram crédito à versão.
Ao analisar mostras da pelagem e ossos do casal de leões - que Patterson vendeu ao Field Museum de Chicago, em 1924, depois de utilizar os couros como tapetes - os cientistas foram capazes de estimar que os números da companhia de estradas de ferro não correspondiam à verdade.
"Foi um quebra-cabeças histórico durante anos e, finalmente, a discrepância se dissipa", afirmou Nathaniel Dominy, professor de antropologia da Universidade da Califórnia, Santa Cruz.
Os cientistas determinaram que um leão havia devorado onze humanos e o outro, 24, nos últimos nove meses de sua existência.
Chegaram à conclusão, analisando quantos humanos contribuíram para a dieta dos dois leões, estimando, depois, quantas pessoas precisavam devorar para sobreviver.
Dominy afirmou que as 135 mortes aludidas por Patterson seriam mais para ressaltar sua reputação que outra coisa.
O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Fonte: Terra
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