sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Scanner especial permite necropsia sem cortes


Uma equipe de médicos suíços está realizando cerca de 100 necropsias por ano sem realizar nenhum corte nos cadáveres.

A técnica é possível graças a equipamentos especiais como um scanner óptico 3D que detecta até 80% das causas da morte.


Michael Tali, responsável pelo projeto chamado "Virtopsy" e professor da Universidade de Berna, na Suíça, afirma que o sistema tem sido usado desde 2006 para examinar cadáveres e determinar casos de mortes súbitas ou de causas não naturais na capital suíça.

"Sem abrir o corpo, nós conseguimos detectar entre 60% e 80% das lesões e causas da morte", explica o médico.



Segundo Thali, uma das principais vantagens das necropsias virtuais é o fato que registros digitais permanentes são criados e podem ser compartilhados através da internet.

Durante uma necropsia, que leva em torno de 30 minutos, o cadáver é colocado em uma mesa examinadora e a superfície do scanner, um pouco maior que uma caixa de sapatos e suspensa por um braço mecânico, registra os contornos do corpo. Dois técnicos avaliam então os resultados através do computador.

"Hoje este é o único lugar do mundo que combina o scanner de superfície com o exame de ressonância magnética, a biópsia e a angiografia pós-morte", afirma Thali, citando também que o custo total para a instalação do equipamento é de quase US$ 2 milhões.

O scanner registra imagens de lesões ósseas e danos no cérebro, enquanto a ressonância magnética produz imagens mais precisas dos tecidos moles e a angiografia visualiza o interior dos vasos sanguíneos.

"Esta é a grande vantagem, porque não precisamos destruir o corpo, podemos visualizar as imagens em 3D e fazer os exames pelo computador", disse Thali.

No entanto, apesar das vantagens do método digital, Thali afirma que é pouco provável que a nova técnica substitua a necropsia regular em um curto período de tempo.

"Por enquanto, a necropsia regular, que é um método muito antigo, ainda é o procedimento padrão".

"Podemos usar esse nosso sistema para uma vítima de um acidente de carro, mas não para uma vítima da gripe suína, por exemplo", explicou.


Fonte: Terra



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