sábado, 5 de dezembro de 2009

Biólogos conseguem ouvir canto de ave rara do Nordeste


No pouco que sobrou da Mata Atlântica em Pernambuco, biólogos procuram um dos pássaros mais raros do mundo: o limpa-folha.

Dias de espera, andando na mata, com olhares de incerteza e esperança. Um grupo de ornitólogos, procura uma ave raríssima, na Zona da Mata, no sul de Pernambuco.

O gravador reproduz o canto da ave solitária. Os biólogos esperam ouvir uma resposta na mata. Na realidade, nem sabem se o pássaro ainda está vivo.



"O limpa-folha do Nordeste pode ser considerado um dos animais mais ameaçados e mais raros em todo o planeta. Sem dúvida, na Mata Atlântica, é a ave mais rara", diz o biólogo Carlos Gussoni.

Em todo o Nordeste, restam menos de 3% da floresta Atlântica original. Na Mata do Urubu são menos de mil hectares, bem preservados. Um oásis cercado pelos canaviais, onde aves, mamíferos e répteis tentam sobreviver.

Andando a procura do raríssimo limpa-folha, encontramos uma serpente na trilha, um lagarto muito estranho olhando de longe, o esquilo aproveitando o almoço e outras aves, que se refugiam e se reproduzem aqui.

Um ninho de beija-flor tem dois ovos, bem protegidos pela fêmea. Mas, nem sinal do pássaro que estamos procurando.

Nós voltamos à Mata do Urubu, duas semanas depois. Os filhotes de beija-flor já nasceram e estão à espera dos pais, para alimentá-los.

De repente, renascem as esperanças dos biólogos. Surge na mata a resposta do canto que tanto esperavam ouvir.

"Estou emocionado ouvindo o canto. Essa é uma das aves mais raras do mundo: o limpa-folha do Nordeste. Eu acho que é um privilégio poder observar bem de perto um dos últimos indivíduos", comemora o biólogo Carlos Gussoni.

O limpa-folha solitário aparece no meio da vegetação, encoberto pelos galhos. Fica pouco tempo parado. Uma ave de aparência simples, como tantas outras.




Mas que representa o fim de mais uma espécie. Com os desmatamentos, os animais estão desaparecendo.

Os biólogos estão orientando os jovens que vivem nas cidades perto da Mata do Urubu. Estão formando uma brigada de conscientização, pensando no futuro.

"A natureza é muito importante. Por isso mesmo que a gente deve preservar. Na verdade, sem ela, nós nem poderíamos estar aqui hoje", comenta a estudante Luciane Lira.



Fonte: G1




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