segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tubarões-martelo têm visão "humana", dizem pesquisadores

Com base na atividade elétrica dos olhos dos tubarões, os cientistas acreditam que a forma da cabeça lhes propicie excelente visão estéreo e percepção de profundidade


A cabeça em forma de T que distingue os tubarões-martelo lhes propicia uma visão semelhante à humana, de acordo com um novo estudo. "Sempre houve ideias sobre os motivos para que os tubarões-martelo tenham aquela cabeça esquisita, mas ninguém havia avaliado essas hipóteses de forma sistemática, até recentemente", disse Stephen Kajiura, biólogo sensório da Universidade Florida Atlantic, um dos participantes do estudo.

Com base na atividade elétrica dos olhos dos tubarões, os cientistas acreditam que a forma da cabeça lhes propicie excelente visão estéreo e percepção de profundidade, como a dos seres humanos. Esses traços podem ajudar animais marinhos a caçar presas velozes.

Kajiura e sua equipe testaram os campos visuais de pelo menos seis tubarões, pertencentes a três espécies distintas de tubarão-martelo - uma da Flórida, uma australiana e uma do Havaí. Nove espécies de tubarões - martelo são conhecidas no mundo.

Todos os animais usados no estudo foram capturados em suas águas nativas e conduzidos a laboratórios de universidades locais para estudos, antes de serem devolvidos ao mar.

Os cientistas usaram luzes fortes e fracas em movimento horizontal e vertical em torno dos dois olhos de cada tubarão, e registraram a atividade elétrica gerada, por meio de eletrodos implantados logo abaixo das córneas dos tubarões.

A equipe constatou que a sobreposição entre aquilo que os tubarões-martelo podiam ver com o olho esquerdo e o direito era três vezes maior que registrada em tubarões com outras conformações oculares.

Em animais com olhos voltados para frente, é essa sobreposição de campo visual que cria a visão estéreo e a percepção de profundidade. No entanto, os tubarões-martelo pagam um preço por seu campo de visão mais amplo, diz Michelle McComb, diretora do estudo, também da Florida Atlantic.

Porque seus olhos ficam tão distantes um do outro, eles têm pontos cegos maiores diante da cabeça do que é o caso em outros tubarões. "Há relatos de mergulhadores que dizem ter visto pequenos peixes nadando bem diante da cabeça de um tubarão-martelo", diz McComb. "É como se eles estivessem provocando, dizendo que o tubarão não conseguia vê-los ali".


Fonte: Terra



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