quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lagartos brancos do Novo México sofrem evolução, diz estudo


A região de White Sands no Novo México, Estados Unidos, é um bom lugar para estudar a evolução em seu curso.

Uma das razões é o fato do terreno, dunas brancas como uma folha de papel, ser tão diferente de seus arredores. Outra é o fato das dunas terem sido formadas há apenas cerca de seis mil anos.

"Do ponto de vista evolucionário, isso é realmente um piscar de olhos", disse Erica Bree Rosenblum, professora da Universidade de Idaho que estudou a evolução em White Sands durante a maior parte da década passada.

Seu foco tem sido três espécies de lagarto que possuem coloração escura em outros lugares, mas que em White Sands evoluíram em uma variedade de pele branca que os tornam difíceis de serem encontrados.

"É mesmo óbvio o que aconteceu", Rosenblum disse. "Todos ficaram brancos para que pudessem escapar com mais facilidade de seus predadores."

Esse é um ótimo exemplo da evolução convergente, em que espécies adquirem independentemente as mesmas características.

Uma pergunta sobre a evolução convergente é qual seria o seu mecanismo de ocorrência. Sim, todos os três lagartos desenvolveram pele branca, mas eles se transformaram da mesma maneira?

Rosenblum e seus colegas forneceram respostas a essa pergunta em um artigo no periódico The Proceedings of the National Academy of Sciences.

"À primeira vista, parece que a resposta é sim", ela disse. Em pelo menos duas das espécies de lagarto, os pesquisadores descobriram que mutações do mesmo gene, ligado à produção do pigmento de pele melanina, foram responsáveis pela transformação.

A segunda parte da história é mais interessante, Rosenblum afirma. Nas duas espécies, as mutações são diferentes, e o mecanismo molecular no qual menos melanina é produzida também difere.

E, ela conta, os diferentes mecanismos tiveram um impacto em como a característica de pele branca se espalhou pelas populações.

Em uma espécie, a mutação tornou a característica de pele branca dominante; na outra, a mutação virou recessiva. Assim, segundo a genética mendeliana básica, a característica se espalha mais rapidamente na primeira espécie de lagarto do que na segunda.


Fonte: Terra/The New York Times


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