terça-feira, 13 de abril de 2010

Descoberto vulcão submarino mais profundo, a 5 km da superfície

Subchaminé - Estrutura é o centro de ecossistema ainda pouco conhecido (Foto: National Oceanography Centre / AP - divulgação em 12-04-2010)

Submarino-robô identificou estrutura na Fossa Cayman. Temperatura em ‘chaminé subaquática’ pode chegar a 400°C.

Cientistas anunciaram nesta segunda-feira (12) a descoberta do vulcão submarino mais profundo do mundo na Fossa Cayman, a 5 quilômetros da superfície do Mar do Caribe.

Os especialistas identificaram a chaminé subaquática no dia 6 de abril, por meio de um robô-submarino ligado por cabo ao navio RRS James Cook.

O robô foi pilotado pelo geólogo Bramley Murton. Segundo Murton, explorar a área – repleta de depósitos de minerais multicoloridos e enormes aglomerados de micro-organismos azuis fluorescentes – é “como explorar a superfície de outro mundo”.

Na base desse ecossistema estão bactérias que tiram proveito do ácido sulfídrico e do metano expelidos pelas chaminés.

As chaminés vulcânicas subaquáticas têm rachaduras pelas quais a água do mar se infiltra, alcançando a crosta da Terra.

A temperatura nessas estruturas geológicas pode chegar a 400°C. Para que se tenha uma ideia, é o suficiente para derreter chumbo.

O violento fluxo de água hiperquente e rica em minerais segue para o fundo frio do oceano. A pressão, 500 vezes maior que da atmosfera terrestre, impede que a água ferva.

"Embora sejam condições letalmente hostis para habitantes da superfície como nós, existe vida em todas as profundidades dos oceanos, até na base do fosso mais profundo”, explicou por e-mail James Cook, outro biólogo tripulante do James Cook.

A expedição é liderada por Douglas Connelly, geoquímico do Centro Oceanográfico Nacional, da Grã-Bretanha. O cientista não descarta a possibilidade de identificar novas formas de vida naquele ambiente.

"Sabemos mais sobre a superfície da Lua e de Marte do que sobre nosso próprio planeta, porque dois terços da Terra são cobertos por oceano, o que torna sua exploração muito difícil”, comentou Maya Tolstoy, geofísica marinha do departamento de ciências da terra da Universidade Colúmbia.


Fonte: G1

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