Estudo chinês também sugere que dinossauros podem ter tido uma variedade de penas bem maior que a das aves atuais.
O estudo realizado por pesquisadores chineses com exemplares jovens da espécie Similicaudippteryx, do início do período Cretáceo (cerca de 100 milhões de anos atrás), foi publicado na edição de terça-feira da Nature.
O dinossauro mais jovem apresenta dois tipos de pena: penas de contorno, encontradas em pássaros modernos, e penas plumosas, localizadas na parte posterior do animal, na região da cauda e do quadril.
O estudo afirma que as descobertas apontam uma significativa mudança morfológica no desenvolvimento da pena mesmo durante o crescimento animal, da passagem de filhote para fase adulta. Esse fenômeno não é conhecido em aves modernas.
Para Alexander Kellner, paleontólogo brasileiro do Museu Nacional do Rio de Janeiro, a descoberta é muito importante, pois penas bem conservadas são difíceis de serem vistas no registro fóssil.
“É algo espetacular. Elas mostram uma estrutura diferente da que se supunha. A pena é uma estrutura que não se preserva e encontrar tipos diferentes é realmente incrível”, explica.
A diversidade de penas atualmente é maior que na época dos dinossauros, mas, segundo Kellner, isso acontece porque apenas se conhece as penas dos dinos a partir de alguns poucos fósseis.
“ É possível que sejam encontradas estruturas que não conhecemos atualmente, algo que existia apenas naquela época e vice-versa”.
Gente, verba e sedimentação
Kellner, que participa de um projeto de pesquisa de dinossauros penosos na China, explica que muitos fósseis são encontrados na região por causa dos investimentos do país.
“Para realizar esse tipo de trabalho é preciso ter três condições pré-estabelecidas: gente, verba e sedimentação, ou seja, condições geológicas favoráveis. A China tem tudo isso”.
O paleontólogo ainda afirma que o Brasil também tem capacidade de produzir tantos fósseis quanto os chineses. “Se tivéssemos essas condições no nosso país, as descobertas seriam incríveis”.
Fonte: IG
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