sábado, 1 de maio de 2010

Acre ergue torre de 23 metros para observação de geoflifos


Os geoglifos do Acre, que devem ser tombados como patrimônio da humanidade, seguem atraindo a atenção do mundo.

Entre os meses de junho e julho, pesquisadores do Brasil, Estados Unidos, Finlândia e outros países percorrerão o Vale do Acre para aprofundar os estudos na tentativa de desvendar o grande mistério que cerca as estruturas de terra construídas possivelmente entre 700 e 3.000 anos passados, segundo informações da Agência de Notícias do Acre.

A palavra geoflifo é a contração de "terra" e "marca" em latim. As estruturas são marcas na terra, construídas e mantidas ao longo de centenas de anos por uma civilização que, segundo as últimas teorias, passou das 60 mil pessoas.

Os geoglifos devem se transformar também em atração turística. Até setembro, o governo do Acre deve inaugurar uma torre de observação do geoglifo nas terras de Jacob Sá.

A torre na verdade será um centro de visitação, onde o turista receberá todas as informações disponíveis sobre as estruturas e poderá adquirir souvenir como lembrança da passagem pela torre, que terá 23 metros de altura.

A finalidade dos geoglifos ainda é uma incógnita. Mas em artigo, a arqueológa Denise Schaan, do Museu Emílio Goeldi, de Belém, dá uma pista: "a ideia de civilização está ligada a cidades, locais onde existem bairros e diversas áreas comerciais e residenciais.

Os geoglifos tinham sim estradas que os conectavam, revelando uma malha quase urbana de lugares e caminhos. Ainda assim não poderíamos chamá-los cidades, mas centros de encontro, lugares sagrados onde se reunia uma população bastante grande para a época.

Localizados a meio caminho entre os Andes e a várzea amazônica, os geoglifos sofriam a influência de ambos os ambientes e devem ter sido palco de cerimônias, festas, conflitos e encontros".

Assim, as terras distantes dos principais rios e das várzeas serviram também de rotas de povoamento e de implantação de extensos assentamentos.

Os primeiros sítios foram descobertos pelo arqueólogo Ondemar Dias, em 1977. Hoje, em uma área de mais de 250 quilômetros no Vale do Acre e região Sul do Amazonas foram identificadas dezenas dessas estruturas.

Uma agência de turismo, a Maanaim, se especializou em realizar voos panorâmicos pelos geoglifos.

Usando aviões como o Minuano, Caravan e Sêneca, a agência leva o turista a um voo de cerca de uma hora de duração até os geoglifos da Estrada de Boca do Acre, Capixaba e região - a rota de maior concentração de sítios. O voo de uma hora custa R$ 1.500 para até cinco pessoas, incluindo o translado hotel-aeroporto.



Fonte: O Globo Online

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