Astrofísicos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, afirmam ter identificado pela primeira vez duas estrelas anãs brancas em um sistema de eclipse binário, o que permitiu a primeira medição do raio de uma anã branca composta de hélio puro.
Essa descoberta pode provar uma das principais teorias da astronomia, de que estas estrelas não são tão "anãs" assim.
Segundo a universidade, cientistas observavam a estrela NLTT 11748, uma das poucas anãs brancas com núcleo de hélio e pequena massa e que é estudada devido às suas variações de brilho.
Rápidos registros da estrela - com cerca de um minuto de exposição cada - mostraram que ela parecia enfraquecida.
Na noite seguinte, os cientistas observaram eclipses de cerca de três minutos e identificaram o sistema estelar binário.
Cinco semanas depois, eles utilizaram observações do telescópio Keck, no Havaí, para entender melhor o sistema da NLTT 11748 e de sua companheira, outra anã branca que é menos brilhante, mas tem maior massa.
Anãs brancas são os restos densos de estrelas como o Sol que tiveram seu combustível nuclear esgotado.
Elas costumam ter dimensões parecidas com as da Terra e geralmente têm um núcleo denso e formado de carbono e oxigênio.
contudo, uma das estrelas - a NLTT 11748 - é uma anã branca de núcleo de hélio, um tipo relativamente raro de estrela descoberto há mais de 20 anos.
Teorias afirmam que esse tipo de estrela nasceria mais quente e maior que outras anãs brancas. Contudo, até agora, ninguém havia conseguido medir o seu tamanho, mas as observações dos astrônomos da Califórnia comprovariam essa teoria.
Enquanto a anã de hélio tem cerca de 10% a 20% da massa do Sol, a outra tem cerca de 70% da massa da nossa estrela, mas é composta basicamente de carbono e oxigênio. Por outro lado, a de hélio é muito maior que a segunda e é cerca de 30 vezes mais brilhante.
Segundo os cientistas, o aparecimento desse sistema seria resultado da interação entre as duas estrelas.
"A formação deste sistema binário com uma anã branca de hélio com uma massa extremamente pequena teria que ser o resultado de interações e perda de massa entre as duas estrelas originais", diz o cientista Steve Howell.
"Uma possibilidade particularmente intrigante é ponderar o que irá acontecer entre 6 e 10 bilhões de anos. (...) Este sistema binário está emitindo ondas gravitacionais a uma taxa que vai forçar as duas anãs brancas a fazerem contato. O que acontecerá, ninguém sabe", diz o professor Lars Bildsten.
Fonte: Terra
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