sexta-feira, 7 de maio de 2010

França devolverá objetos ancestrais Maoris à Nova Zelândia

Cabeça Maori

A França aprovou uma lei que autoriza a restituição para a Nova Zelândia de cabeças de ancestrais Maori mantidas em museus franceses.

A medida foi saudada pela diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) Irina Bokova, que informou que 16 cabeças tatuadas e mumificadas serão devolvidas ao seu país de origem.


Restituição


Em depoimento à agência da ONU, Bokova afirmou que sempre defendeu o total respeito e o apoio à restituição dos restos humanos.

Ela citou a importância da devolução, incluindo a cabeça de um guerreiro mantida no Museu de História Natural da cidade de Rouen.

"Esta lei é importante não apenas por autorizar a restituição da cabeça de um guerreiro Maori mantidos em Rouen, mas também para todos os outros artefatos preservados em outras coleções públicas da França", afirmou a diretora.

O acordo internacional estabelece que "as instituições culturais, museus, bibliotecas e arquivos devem assegurar que suas coleções sejam construídas de acordo com princípios morais universalmente reconhecidos."

O primeiro artigo da Convenção, que não é retroativa, considera coleções anatômicas como bens culturais que devem, como tal, ser restituídos depois de terem sido sujeitos a exportação ilícita ou transferência.


Tradição


De acordo com a tradição Maori, a preservação de cabeças de ancestrais contribui para manter vivo o espírito dessas pessoas.

Algumas tribos cortavam as cabeças dos seus inimigos e guardavam-nas em urnas sagradas. As que serão devolvidas à Nova Zelândia estão em museus franceses desde o século XIX.

Em outro caso referente à preservação da cultura mundial, Irina Bokova expressou preocupação sobre a proposta de venda de 270 mil artefatos de um navio do século X que afundou na costa de Java, na Indonésia.

Um leilão dos itens, que incluem cerâmica chinesa, objetos religiosos, jóias e moedas, foi adiado recentemente. Bokova enfatizou que a exploração de áreas arqueológicas e a dispersão dos artefatos é um processo irreversível.


Fonte: Terra


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