quarta-feira, 5 de maio de 2010

Micróbio descoberto nos EUA pode ser menor forma de vida da Terra

Imagem do micróbio Arman (mais escuro), preso nos espinhos de companheiro. Divulgação


Arqueanos são do tamanho de vírus, mas parecem capazes de viver sem hospedeiro.

Nas profundezas de uma antiga mina de cobre na Carolina do Norte, vive o que pode ser a menor e mais básica forma de vida já descoberta.

Os micróbios, membros do domínio conhecido como Archaea, são menores que praticamente todos os outros micro-organismos conhecidos.

Seus únicos rivais, em termos de miniaturização, é um micróbio que só vive com o parasita em outras células.

O genoma da nova espécie, reconstruído por um grupo da Uiniversidade da Califórnia em Berkeley, está entre os menores já documentados.

Os pesquisadores encontraram ainda outro organismo que vive na mina e que ocasionalmente produz protuberâncias que são usadas para invadir os micróbios superminúsculos.

"Outras células na mina têm o que parecem ser agulhas e que, às vezes, entram diretamente nas células", disse, em nota, Brett J. Baker, principal autor do artigo científico que descreve a nova descoberta. Segundo ele, essa característica sugere um tipo de interação "nunca antes descrito na natureza".

Os micróbios superminúsculos têm de um décimo a um centésimo do volume de uma bactéria E. coli.

Cada um dos micróbios, batizados de "Arman" - sigla em inglês para nano-organismos acidófilos arqueanos da Mina Richmond - tem formato de elipse e de 200 a 400 nanômetros de diâmetro.

Os pesquisadores reconstruíram os genomas de três linhagem distintas de Arman e descobriram que são minúsculos: apenas 1 milhão de pares de bases.

O ser humano, em comparação, tem centenas de bilhões. No menor dos três, o tamanho médio de um gene é 774 pares. Um gene humano tem em média de 10.000 a 15.000 pares.

Inicialmente, os pesquisadores suspeitaram que os Arman fossem parasitas de outros micróbios, já que os parasitas podem se valer dos genes do hospedeiro para suplementar os que tenham perdido ao longo da evolução.

Mas dos 70 espécimes individuais analisados até agora em 3D, 90% parecem ser organismos independentes.

Os outros 10% estão empalados nos misteriosos espinhos dos Thermoplasmatales, os outros arqueanos que vivem com os Arman na mina.


Fonte: Estadão

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