sábado, 6 de novembro de 2010

Rio de Janeiro: Gaviões atacam no Méier

A presença do casal de gaviões mudou a rotina dos moradores do condomínio no subúrbio da cidade | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia

Em um mês, casal de aves de rapina que teria feito ninho em amendoeira fez 10 vítimas.

Um casal de gaviões está atormentando moradores do Condomínio das Amendoeiras, na Rua Professor Everardo Backheuser, no Méier.

Pelo menos 10 pessoas já sofreram ataques desde o início de setembro, quando começaram os voos rasantes das aves de rapina sobre a área comum dos prédios.


“Senti uma pancada forte na cabeça, quando atravessava a rua, completamente distraída para ir ao cursinho. Levei um susto muito grande.

Dei um berro e fiquei com o cabelo embaraçado”, contou a advogada Michelle Ruffatto Neves, 24 anos, que sentiu dor e incômodo na cabeça por alguns dias.


A mãe da advogada, a empresária Vera Lúcia Ruffato Neves, afirma que a presença das aves alterou a rotina de muita gente: “Estamos apavorados, pois de dia são os gaviões e, à noite, os morcegos.

Fazemos um apelo às autoridades para que nos ajudem”. Pela manhã, moradores passaram a sair de casa apertando o passo e olhando para cima.

“A galera prefere ficar em casa desde que eles apareceram, porque ninguém quer levar uma bicada”, diz o estudante Pedro Seródio, 15.


O morador mais antigo da rua, o aposentado Alfredo Nogueira, 85, lamentou o sumiço das rolinhas.

“Eram 32 e me visitavam todos os dias, bicando a janela em busca de comida”, contou. Especialistas explicaram que aves menores, como pombos e pardais, e roedores são os alimentos preferidos dos gaviões.


O síndico Jorge Vieira dos Santos voltou a pedir a poda de árvores à Comlurb, na tentativa de espantar os gaviões. A companhia informou que não pode podar árvores em condomínios fechados.


Intenção é proteger ninho


Segundo o zootecnista Marcus Delgado, da Fundação Riozoo, as aves estão em época de reprodução até dezembro.

“É bem provável que haja ninho e filhotes em alguma das amendoeiras e eles estejam protegendo a cria, por isso a agressividade”, garantiu. “A melhor coisa é manter o cuidado e aprender a conviver com eles”, sugere.


Especialista da UFRJ em aves, o ornitólogo Henrique Rajão identificou como carijó a espécie do casal de gaviões.

“É a mais comum no Brasil, mede cerca de 36 centímetros e vive mais de 10 anos”, explicou.

Responsável pela fauna da Região Metropolitana, o Ibama explicou que, em caso de ataques ou risco à população, cabe ao Corpo de Bombeiros a captura dos gaviões.

Mas os bombeiros negaram que façam, em qualquer caso, a remoção de aves de rapina.




Fonte: O Dia Online

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