terça-feira, 30 de novembro de 2010

Robôs: a mais nova arma das forças militares dos Estados Unidos

Robô Maars faz treinamento em Forte Benning, no Estado americano da Geórgia


Máquinas são projetadas para lidar com tarefas que vão da eliminação de atiradores a servir como sentinelas noturnas.

As guerras seriam muito mais seguras, segundo o Exército americano, se fossem travadas por mais robôs.

Embora as máquinas inteligentes já sejam uma parte muito importante das guerras modernas, o Exército e seus representantes estão ansiosos para aumentar seu envolvimento.

Novos robôs - nenhum deles de aparência humana - estão sendo projetados para lidar com uma ampla gama de tarefas, desde eliminar atiradores a servir de sentinelas noturnos.

Em uma cidade simulada utilizada pelo Exército para treinamento de combate urbano, um robô de 15 polegadas com uma câmera de vídeo acoplada observa o entorno de uma fábrica de bombas em uma missão de espionagem.

Sobre a região, uma aeronave quase silenciosa com uma envergadura de 4 metros transmite imagens dos prédios abaixo.

Entra em cena um veículo de aparência sinistra que se locomove sobre esteiras de tanque, do tamanho de um cortador de grama, equipado com uma metralhadora e um lança-granadas.

Três técnicos carregando mochilas, fora da linha de fogo, operam os três robôs com controles sem fio no melhor estilo videogame.

Um gira a câmera de vídeo do robô armado até visualizar um atirador no telhado. A metralhadora se mexe, aponta e dispara duas rajadas. Se as balas fossem reais, o alvo teria sido destruído.

As máquinas vistas no Rodeio de Robótica no mês passado, na escola de treinamento do Exército, não apenas protegem os soldados, como nunca são distraídas porque usam um olho digital que não pisca, ou "olhar persistente", que detecta automaticamente até o menor movimento. Elas também não entram em pânico sob ataque.


Veículo se locomove sobre esteiras de tanque e é equipado com uma metralhadora e um lança-granadas

"Um dos grandes argumentos para o uso de robôs armados é que eles podem atirar em segundo", disse Joseph W. Dyer, ex-vice-almirante e chefe de operações da iRobot, que fabrica robôs que removem explosivos, bem como o aspirador de pó robotizado Roomba.

Quando um robô olha ao seu redor em um campo de batalha, ele disse, o técnico remoto que está vendo através dos seus olhos pode levar algum tempo para avaliar o cenário sem disparar com pressa contra uma pessoa inocente.

No entanto, a ideia de que os robôs com rodas ou pernas, com sensores e armas, um dia poderão substituir ou complementar os soldados humanos ainda é uma fonte de extrema controvérsia.


Riscos


Como os robôs podem realizar ataques com pouco risco imediato para as pessoas que os operam, os críticos dizem que essas máquinas reduzem as barreiras a uma guerra, o que poderia tornar as nações mais rápidas no gatilho e levar a uma nova corrida armamentista tecnológica.

"As guerras serão iniciadas de forma muito fácil e com custo mínimo" conforme aumente a automação, previu Wendell Wallach, um estudioso do centro Interdisciplinar de Bioética de Yale e presidente de seu grupo de pesquisa de tecnologia e ética.

Os civis estarão em maior risco, argumentam as pessoas do lado de Wallach, por causa dos desafios na distinção entre combatentes e inocentes.

Esse trabalho é irritantemente difícil para os humanos em campo. Ele se torna mais difícil quando um dispositivo é operado remotamente.


Predator


Esse problema já havia surgido com aviões Predator, que encontram seus alvos com o auxílio de soldados no chão, mas são operados a partir dos Estados Unidos.

Uma vez que civis no Iraque e no Afeganistão morreram como resultado de danos colaterais ou confusão de identidades, os Predators têm causado oposição internacional e motivado acusações de crimes de guerra.

Mas os combatentes robôs são apoiados por uma ampla gama de estrategistas militares, oficiais e criadores de armas – e até mesmo alguns defensores dos direitos humanos.


Ainda em fase de testes, máquinas foram planejadas para agir sem consentimento humano


"Muitas pessoas têm medo da inteligência artificial", disse John Arquilla, diretor executivo do Centro Operações de Informação na Escola Naval.

"Vou defender a minha inteligência artificial contra a humana e dizer que a minha vai prestar mais atenção às regras de engajamento e criar menos lapsos éticos que uma força humana".

Arquilla argumenta que os sistemas de armas controladas por programas não agiriam por raiva e malícia e, em certos casos, podem tomar melhores decisões no campo de batalha que os humanos.

Sua fé em máquinas já está sendo testada. "Alguns de nós pensam que a estrutura organizacional correta para o futuro é uma habilidade que misture humanos e máquinas inteligentes", disse Arquilla. "Achamos que essa é a chave para o domínio das artes militares no século 21".


Fonte: IG

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