segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pesquisadores detectam 23 novos sítios arqueológicos em Santarém, no PA


Em expedição no mato, arqueólogos buscam novos sítos para pesquisa. (Foto: Denise Gomes/ Arquivo Pessoal)

Locais ficam nos arredores da cidades e ainda não foram escavados. Mesma equipe estuda maior sítio urbano na região do Tapajós.

Arqueólogos que estudam a região de Santarém anunciaram nesta semana, durante o 1º Simpósio de Arqueologia na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp em Araraquara, no interior de São Paulo, a descoberta de 23 novos sítios arqueológicos ainda não explorados nos arredores da cidade paraense.

A detecção dos novos sítios foi realizada por meio do projeto "Análise das Socio-cosmologias Amazônicas Pré-Coloniais", financiado pela Fapesp e coordenado pela arqueóloga Denise Maria Cavalcante Gomes, que escava outros sítios na região desde 2006.

"Eu havia detectado 7 sítios em 2008 e agora surgiram mais 23", diz ela. "Na Amazônia, dois indicadores fortes para a identificação de sítios são a presença de terra preta e a de cerâmicas Às vezes é possível ver a intervenção na superfície, sem necessidade de escavações."

Ainda não explorados, os novos sítios arqueológicos estão localizados em um quadrilátero de 20 por 25 quilômetros entre Santarém e Belterram, município vizinho.

O grupo de pesquisadores liderados por Denise deverá escolher cerca de 4 sítios para estudar mais a fundo nos próximos meses.


No sítio Aldeia, pesquisadores escavam em quintais de moradores e fundos de estabelecimentos comerciais. (Foto: Denise Gomes/ Arquivo Pessoal)



O trabalho na região começou em 2006 com a pesquisa do sítio Aldeia, considerado um dos maiores sítios arqueológicos da Amazônia e o maior da região do Tapajós.

Sua principal característica é que ele fica em área urbana e corta ao menos 2 bairros de Santarém.

Por conta disso, os pesquisadores têm de escavar em quintais de moradores, fundos de estabelecimentos comerciais e jardins.

"Ele tem 2 quilômetros de comprimento por 700 metros de largura. Mas acho que pode ser maior ainda", diz Denise.

"Os resultados mostram que o sítio teve ocupação contínua, até por grupos anteriores aos tapajós". As populações mais antigas teriam vivido na região por volta de 3 mil anos atrás, segundo ela.


Fonte: Globo.com

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