Mas a mesma alteração nos genes que o agigantou ainda produz grandalhões.
Pesquisadores da Alemanha e do Reino Unido extraíram DNA dos dentes ainda preservados de Charles Byrne, o Gigante Irlandês, resolvendo o mistério de sua altura desmedida. Os dados estão na edição de quinta-feira da revista científica "New England Journal of Medicine".
Trata-se de uma mutação rara, descoberta apenas em 2006. Quatro famílias da Irlanda do Norte, na região onde Byrne nasceu, carregam a mutação e têm parentesco com o gigante, afirma a equipe de Marta Korbonits, da Escola de Medicina e Odontologia de Londres.
Após morrer de tuberculose agravada pelos efeitos do alcoolismo, o gigante foi parar nas mãos do cirurgião John Hunter, que ferveu o cadáver em ácido para remover a carne e passou a exibir o esqueleto na capital britânica.
Em 1909, o médico americano Harvey Cushing removeu o alto do crânio do irlandês e declarou que ele tinha tido um tumor na hipófise, glândula na parte de baixo do cérebro.
Após tantas peripécias, os pesquisadores temiam que não tivesse restado DNA no esqueleto.
No entanto, o material genético de Byrne pôde ser analisado. De fato, ele carregava uma mutação que causa tumores na hipófise.
Sob ação do câncer, a glândula produz grandes quantidades de hormônio do crescimento, daí o gigantismo dos portadores.
Os pesquisadores calculam que Byrne e as quatro famílias irlandesas com a mesma mutação compartilham um ancestral comum que teria vivido há cerca de 1.500 anos.
Um dos afetados atuais é Brendan Holland, 58, com cerca de dois metros de altura, cujo tumor já foi removido.
Ele diz ficar emocionado com a história do gigante, porque sabe como é ser ridicularizado por seu tamanho.
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário