As razões para tal mortandade ainda não estão claras: a Câmara diz que tudo aponta para fenômeno natural; a Polícia fala em forte descarga poluente.
José Nogueira vive há 55 anos junto à praia de Valadares. Garante que já viu "muita coisa", "muita poluição colorida, muita espuma esquisita", mas nunca se deparou com uma situação como a do dia 2 de janeiro.
"Até dói ver tantos polvos a serem atirados para a areia pela força do mar. Tem de ser coisa forte para matá-los desta forma", afirmou ao JN.
Essa "coisa forte" foi, para os agentes da Polícia Marítima que permaneceram no areal entre as 10 horas e o princípio da tarde, uma "forte descarga poluente com metais pesados".
"Não venham com conversas. Isto é poluição e apanhou os polvos porque são os que estão mais fundos no mar", garantiram, apesar de passarem as certezas para depois.
"O Parque Biológico de Gaia está a fazer exames. O serviço ambiental da GNR anda a percorrer terreno junto à ribeira de Paço, de onde poderá ter vindo a descarga. Aguardemos", remataram.
A preocupação da Polícia era evitar que moradores levassem os polvos para consumo e que eles fossem retirados rapidamente do areal.
No entanto, os poucos bombeiros de Valadares e a ausência de pessoal camarário, à hora do almoço, não surtia efeito, sobretudo fora da praia de Valadares.
Mas, segundo os resultados preliminares da autópsia efetuada pelo Parque Biológico de Gaia, "não há nenhuma razão de caráter agressivo que justifique a morte dos polvos", assegurou ao JN o vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa.
"Está completamente fora de hipótese tratar-se de algo relacionado com poluição", disse o autarca.
A meio da tarde, o diretor do Parque Biológico de Gaia mantinha-se no local a acompanhar os trabalhos de limpeza do areal.
E eram muitas as dúvidas de Nuno Oliveira e para as quais apenas as conclusões vindas do Laboratório Nacional de Medicina Veterinária acharão resposta.
Fonte: Jornal de Notícias
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