Os três corpos encontrados nos fundos de uma casa em Palhoça, na Grande Florianópolis, podem estar relacionados a rituais macabros.
No local onde a polícia encontrou as vítimas, havia um galpão com fotos de pessoas, material perfurante para vodu e peças de roupas.
No chão, pedras desenhavam uma estrela de cinco pontas. Em uma das extremidades, um colar de plumas negras descansava em cima de uma cadeira. Panelas e potes na manhã desta sexta-feira ainda guardavam animais vivos.
Os corpos foram localizados numa vala pela polícia a alguns metros desse galpão e estavam cobertos apenas por pedras e mato.
O repórter da RBS TV Naim Campos conversou com o delegado Atílio Gasparim Filho, responsável pelo caso. Atílio teria confirmado ao repórter a possível relação das mortes com os rituais.
A polícia chegou ao local após um dos supostos assassinos se apresentar à Polícia Civil confessando o crime.
Na tarde de segunda-feira, Daniel de Lima procurou a polícia em Gravataí (RS) por estar arrependido de participar da morte de três homens em Palhoça.
Depois de ouvir as declarações, os agentes gaúchos entraram em contado com a delegacia do município catarinense relatando a história.
Investigadores viajaram até o estado vizinho para buscar Daniel. O homem levou os policiais até uma residência perto da BR-101, na região do Morro do Cambirela, em Palhoça. Guiados pelo suspeito, os agentes localizaram os três corpos enterrados nos fundos de uma casa.
Edeson Flávio Ercego, conhecido como Índio, e Felipe de Souza Batista, moradores da residência, foram apontados como participantes dos assassinatos.
A polícia prendeu os três, em flagrante, por ocultação de cadáver. Segundo os homens, os corpos estavam no local desde a semana do Natal.
Área indígena
A área em que os corpos foram encontrados está em processo de demarcação, mas, administrativamente, já é considerada terra indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com o coordenador da Funai de Palhoça, Leonardo Werá Tupã, três famílias de índios guaranis vivem na região: a cacique Etelvina Fountoura, a família da filha da cacique e o Índio.
A Funai chegou a receber reclamações de que Índio tinha envolvimento com drogas e que trazia pessoas suspeitas à aldeia.
Quando foi à casa de Índio, ontem pela manhã, o coordenador da Funai disse que não havia nada na residência sobre rituais indígenas.
— Nada do que vimos ali constitui qualquer tipo de ritual indígena. Não sei que tipo de ritual que é, mas não há nada de nossa cultura— explica.
Segundo o Estatuto do Índio, indígenas não integrados à sociedade têm diferença na hora do julgamento.
Leonardo acredita, porém, que no caso do suspeito Índio, não haverá distinção, já que ele é considerado integrado à sociedade, além de já ter passagem pela polícia por uso de drogas.
Fonte: Diário Catarinense
Assassino confesso de Palhoça diz que procurou a polícia porque não conseguia dormir
Dos três corpos encontrados nos fundos de uma residência em Palhoça, na Grande Florianópolis, um deles seria do Rio Grande do Sul.
É o que afirma o homem que confessou pelo menos um dos assassinatos e que se entregou na terça-feira à polícia.
— Custei a acreditar na história, parecia uma conversa de bêbado. Mas era verdade – revelou o chefe de investigações da 1ª DP de Gravataí, no Rio Grande do Sul, Jair Gonçalves.
Por volta das 14h desta terça, Gonçalves contou que foi procurado por Daniel de Lima, 22 anos, na delegacia. Visivelmente embriagado, Daniel dizia que há dias não conseguia dormir.
— Ele não falava coisa com coisa, disse que tinha procurado a Brigada e o haviam botado para correr.
Contou que, todas as noites, sonhava que levava uma marretada na cabeça, por isso não conseguia dormir, e então queria confessar que havia matado três pessoas e as enterrado em Santa Catarina.
Achei que era loucura, mas comecei a conversar, e vi que a história tinha algum fundamento — disse o policial.
Mortos a marretadas
Sem saber o nome das vítimas, Daniel narrou que matou dois deles a marretada, enquanto dormiam no chão. Depois, foi ao Fiesta vermelho no qual dormia o terceiro homem, também desferiu uma marretada e, como a vítima não morreu com o golpe, aplicou-lhe ainda uma machadada.
Em seguida, cavou uma cova e enterrou o trio. O crime teria ocorrido para roubar o automóvel, vendido posteriormente a um índio.
O crime teria ocorrido em 22 de dezembro. Daniel conta que, três dias depois, viajou para a casa de amigos no Bairro Cavalhada, em Gravataí. Mas a dor na consciência o fez procurar a polícia.
— Ele nos disse que recém havia conhecido os homens. Um tinha apelido de Gauchinho. O outro, um tal de Marcos, seria de Criciúma. O terceiro era um carioca — completou Jair.
Catarinense, Daniel não tem antecedentes policiais no Rio Grande do Sul e, até a manhã desta terça-feira, a polícia catarinense não havia confirmado se ele tinha passagens pelo sistema prisional.
Fonte: Zero Hora
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