segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Vulcões ajudaram a extinguir vida há 250 milhões de anos, diz estudo

Vestígio estava perto do Lago Buchanan, no Canadá (Foto: Steve Grasby / Universidade de Calgary / NRCan)

Cientistas usam camadas de cinzas no Canadá como provas para teoria. Fuligem acabou com 95% da vida marinha e 70% dos seres em terra.

Cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, descobriram evidências para explicar como grandes erupções de vulcões há 250 milhões de anos produziram carvão suficiente para formar nuvens de cinzas na atmosfera, gerando gases de efeito estufa que acabaram com um ciclo de vida na Terra. O estudo foi divulgado no domingo (23) na publicação científica “Nature Geoscience”.

As pistas foram encontradas no norte do país e são camadas de carvão e fuligem, depositadas na região ártica.

Mas o material teria sido originado em vulcões hoje localizados na Sibéria, atual Rússia, próximos a cidades como Tura, Yakutsk e Irkutsk.

Na área de 2 milhões de metros quadrados, maior que a da Europa, a atividade vulcânica gerou a fuligem que se encontra agora no outro lado do mundo, no norte do continente americano.

Na época estudada pelos pesquisadores canadenses, a Terra continha apenas um supercontinente, conhecido como Pangea, com ecossistemas variados como desertos e florestas.

Entre os seres vivos presentes, os cientistas afirmam que havia animais apoiados em quatro patas como anfíbios e répteis primitivos, além de um grupo extinto chamado synapsida, que teria dado origem a mamíferos.

O impacto teria sido tão grande que 95% da vida marinha e 70% dos seres vivos no planeta teriam sido dizimados, segundo os canadenses Steve Grasby, Benoit Beauchamp e Hamed Sanei, professores do Departamento de Geociências da universidade e responsáveis pelo artigo.

“Nossa pesquisa é a primeira a detectar que erupções vulcânicas massivas, as maiores que o mundo já testemunhou, causaram combustão de carvão suficiente para explicar aumento significativo na emissão de gases de efeito estufa naquela época”, afirma Grasby.

“Aqui no Canadá, nos achamos camadas com matéria orgânica abundante, que o professor Hamed distinguiu como formadas por carvão e cinzas, como as produzidas atualmente por usinas termoelétricas.”


Apocalipse diferente


A teoria de Grasby, Bauchamp e Sanei para explicar a extinção de boa parte da vida na Terra há 250 milhões de anos é diferente das suposições sobre o fim da era dos dinossauros, répteis que viveram no planeta e desapareceram há 65 milhões de anos.

No segundo caso, uma das causas mais defendidas pelos especialistas é a de um impacto de meteorito na superfície terrestre. A península de Yucatán, no México, é apontada como um dos prováveis locais para a colisão.

O período estudado pela equipe da Universidade de Calgary é conhecido como Permiano Tardio. É uma faixa de tempo entre 300 milhões e 250 milhões de anos atrás, dentro da era Paleozoica.

Segundo os pesquisadores, à época a Terra já enfrentava aquecimento, com o nível do oxigênio nos oceanos diminuindo.

“Eram tempos ruins para a Terra. Para piorar, essas erupções vulcânicas, jogando aquelas cinzas altamente tóxicas, contribuíram para o pior caso de extinção de espécies na história terrestre”, diz Grasby.


Fonte: G1

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